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Resgatando a arte tradicional chinesa – Parte 2

09/06/2014

Enquanto o Shen Yun Performing Arts continua sua turnê mundial apresentando as tradições redescobertas da antiga China, nesta série de quatro partes, o Epoch Times observa estas artes, seu atual estado na China, sua influência no mundo e a importância deste milagroso renascimento.

A cultura é a alma de uma nação e seu aspecto espiritual é tão importante quanto fatores físicos, como a raça e a terra. Se a civilização de um país é definida pela história de seu desenvolvimento cultural, então, naturalmente, a destruição da cultura leva ao fim da nação.

Ao longo da história da China, apesar das muitas invasões e ataques, a cultura chinesa suportou, assimilou e prosperou, e sua essência foi ininterruptamente transmitida por cinco mil anos. Mas a ascensão do comunismo na China teve um efeito devastador sobre a cultura e as tradições do Reino Médio.

Desde o início, o plano do Partido Comunista Chinês (PCC) em revolucionar a cultura chinesa foi de fato a tentativa de destruir completamente seu espírito.

A cultura tradicional chinesa procurava a harmonia entre o homem e o universo e enfatizava a ética e a moralidade. Ela era baseada nos princípios do confucionismo, budismo e taoísmo e corporificados na honestidade, bondade, harmonia e tolerância.

Estes princípios e normas sociais estabelecidos pelas cinco virtudes cardiais do confucionismo, a benevolência, retidão, propriedade, sabedoria e fidelidade, foram vilipendiados pela política ateísta do PCC.

O PCC tinha uma oposição ideológica inerente à cultura tradicional chinesa – que acredita no divino e no mandato celestial – e fez da cultura um inimigo em seu esforço de reforçar seu controle.

Logo após o PCC tomar o poder em 1949, ele começou a destruir igrejas e templos, queimar escrituras e forçar monges e monjas budistas a retornarem à vida secular. Nos anos de 1960, quase não havia lugares religiosos remanescentes na China.

A Grande Revolução Cultural (1966-1976) de Mao Tsé-Tung trouxe as maiores catástrofes culturais e religiosas com sua campanha de “banir os quatro velhos”, ou seja, as ideias antigas, a cultura antiga e os costumes e hábitos antigos.

Templos budistas e taoístas, sítios históricos e arqueológicos, caligrafias, pinturas e artefatos se tornaram os principais alvos da destruição da Guarda Vermelha. Inúmeros livros únicos, obras de caligrafia e pinturas que haviam sido preservados por intelectuais por séculos foram rasgados e queimados.

O escritor Qin Mu (1919-1992) descreveu a Revolução Cultural em termos sombrios, “Foi realmente uma calamidade sem precedentes. O PCC aprisionou milhões por associação com uma família alvo, acabou com a vida de milhões, destroçou famílias, transformou crianças em rufiões e bandidos, queimou livros, derrubou construções ancestrais e destruiu os túmulos de antigos intelectuais, cometendo todo tipo de crimes em nome da revolução.”

Desta forma, a dignidade e a sacralidade da religião e da cultura foram aniquiladas, já que a identidade espiritual do povo era constituída pela fé e pela cultura. Muitos perderam seus parâmetros morais e foram doutrinados pelos padrões do PCC de luta de classes, incitação do ódio e da violência, autocrítica e “luta entre o céu e a Terra”.

Depois que o PCC adotou a reforma econômica e a política de portas abertas, ele renovou muitas igrejas assim como templos budistas e taoístas. Na China, feiras em templos, exibições de arte e caligrafia, festivais culturais como a dança do dragão e do leão e as festividades de ano novo foram encenados.

Entretanto, isto visava meramente restaurar a superfície da cultura para fins turísticos, econômicos e de propaganda. A essência da cultura tradicional chinesa foi de fato destruída.

Leia também a parte 1, a parte 3 e a parte 4 desta série.