Médicos enfrentam dilema ético ao descobrirem tatuagem “Não Ressuscitar” em paciente

01/12/2017 20:06 Atualizado: 01/12/2017 20:23

Médicos foram confrontados com um dilema ético quando um homem de 70 anos foi levado para o hospital com as palavras “Não Ressuscitar” tatuadas em seu peito.

A equipe médica descobriu que o homem tinha um elevado nível de álcool no sangue e nenhuma identificação, de acordo com o periódico The New England Journal of Medicine.

O paciente foi levado para o Hospital Universitário de Miami, onde os médicos descobriram o pedido tatuado no peito com a palavra “não” sublinhada.

Os médicos também encontraram a assinatura do paciente logo abaixo e à direita da tatuagem, embora isso esteja ofuscado na imagem publicada do peito do paciente.

A equipe médica não tinha como entrar em contato com os parentes mais próximos do paciente. Com um moribundo diante deles, eles inicialmente escolheram ignorar a tatuagem, caso ela não refletisse seus desejos genuínos.

Então, depois de consultar os conselheiros de ética do hospital, os médicos decidiram honrar a tatuagem.

Os autores do artigo publicado no jornal escreveram: “Inicialmente decidimos não respeitar a tatuagem, invocando o princípio de não escolher um caminho irreversível diante da incerteza.”

“Esta decisão nos deixou perturbados devido ao esforço extraordinário do paciente para tornar conhecida a sua pressuposta diretiva antecipadamente.”

O autor principal do estudo de caso, Dr. Gregory Holt, disse ao Gizmodo: “A Flórida tem regras rigorosas sobre isso.”

Ele disse ao website que a maior preocupação era se a decisão do hospital era legalmente aceitável.

“Tem de ser em formulário amarelo, tanto o médico quanto o paciente devem assinar… não há qualquer coisa que se refira a tatuagens”, disse o Dr. Holt ao Daily Mail.

Algumas horas depois, a equipe encontrou uma ordem sobre “não ressuscitar”; documentação legal que mostrava que a tatuagem refletia os desejos do homem.

A condição do paciente deteriorou durante a noite e os médicos o deixaram ir.

“É uma preocupação para médicos e pacientes”, disse o Dr. Holt ao Daily Mail.

“Você quer fazer o que é certo por alguém e, se você não sabe, você faz tudo o que pode porque sempre decidimos pela escolha reversível, e não pela escolha que você não pode reverter quando confrontado com a incerteza”, disse ele.