Cópia em português do Tratado de Tordesilhas é apresentada na Espanha após restauração

Por Agência de Notícias
07/06/2023 16:20 Atualizado: 07/06/2023 16:20

A cópia em português do Tratado de Tordesilhas, pelo qual a Coroa de Castela e o Reino de Portugal dividiram a influência mundial, foi apresentada nesta quarta-feira no Arquivo Geral das Índias, na cidade de Sevilha, no sul da Espanha, após ter sido restaurada.

Em 2007, a Unesco considerou esse documento como parte do Registro da Memória do Mundo porque, entre outros valores históricos, foi a primeira vez que um acordo de tamanha importância para o futuro da humanidade foi fechado por meio da diplomacia, e não pela guerra.

O acordo entre Castela e Portugal, as duas grandes potências da época, parecia impossível, mas foi assinado em 7 de junho de 1494, dois anos após a chegada de Cristóvão Colombo à América.

O acordo colocou Espanha e Portugal no centro geográfico e político do mundo, ao mesmo tempo em que estabeleceu uma demarcação que delimitou a influência de ambos nos dois hemisférios, de acordo com Manuel Álvarez, chefe de conservação do Arquivo Geral das Índias.

O documento é composto por quatro bifólios de pergaminho, unidos por uma trança de fios de seda que, por sua vez, o une a um selo de chumbo com o brasão de armas de Portugal, já que o original preservado em Sevilha é a cópia escrita em português e assinada pelo rei D. João II.

Devido ao efeito da fricção, a trança de fios causou um rasgo nas folhas do pergaminho, que também estava corroído e amassado em algumas de suas partes.

A cópia espanhola desse acordo, que teve consequências políticas, geográficas e de navegação duradouras, assinada em castelhano pelos reis Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão, e pelo príncipe Juan de Astúrias, está preservada no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Portugal.

O trabalho de restauração envolveu mais de 30 especialistas, liderados por Ana Ros, a especialista em materiais têxteis Ester Galiana e a especialista em documentação gráfica Carolina Ortega.

Os restauradores projetaram uma “caixa segura” para conservar o documento e, ao mesmo tempo, permitir seu manuseio, pois, segundo os historiadores, ele ainda é passível de estudo.

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