Alivie cólicas menstruais através da nutrição

18/06/2015 08:00 Atualizado: 15/06/2019 01:14

Por Marina Dalila, Epoch Times

A dor menstrual ou cólica (dismenorreia) aflige milhões de mulheres em todo o mundo e é considerada a condição ginecológica mais comum em mulheres, independentemente da idade e da nacionalidade.

De acordo com algumas estimativas, 60 por cento de todas as mulheres têm cólicas menstruais em algum momento de sua vida, e de 10 a 15 por cento das mulheres experimentam a dor menstrual severa o suficiente para interferir com suas atividades diárias.

A boa nutrição é um fator fundamental no equilíbrio bioquímico do organismo humano, logo, estar atento ao que se consome é um dever de toda mulher que deseja se ver livre das indesejáveis cólicas menstruais. Existem substâncias-chaves às quais deve-se atentar para evitar este mal. Confira abaixo algumas dicas importantes sobre estas substâncias e entenda como elas podem afetar o ciclo menstrual e a severidade das cólicas menstruais.

Entendendo a cólica menstrual

As cólicas menstruais são causadas por contrações no útero, que é predominantemente formado por tecido muscular. Se o útero se contrai com muita força, ele pode pressionar vasos sanguíneos próximos, cortando o suprimento de oxigênio para o tecido muscular do útero. A dor ocorre quando parte de um músculo perde rapidamente sua oferta de oxigênio.

Estas contrações são causadas pelo aumento da produção de prostaglandinas (substâncias semelhantes a hormônios) no útero. As prostaglandinas ajudam na contração dos músculos uterinos e expulsam fluidos e tecidos durante a menstruação, mas em quantidades elevadas podem causar contrações musculares uterinas excessivas, que são mais conhecidas como cólicas menstruais ou dismenorreia, que são classificadas em dois tipos: dismenorreia primária e dismenorreia secundária.

A dismenorreia primária é um termo usado para designar cólicas menstruais comuns.  Estas dores geralmente começam um a dois anos após a menarca. A dor geralmente é sentida na parte inferior do abdômen, onde se localiza o útero, ou nas costas. Elas podem ser leves ou intensas. As cólicas menstruais comuns, muitas vezes, começam imediatamente antes ou no início do período e continuam de um a três dias. Elas geralmente tornam-se menos dolorosas a medida em que a mulher envelhece, e podem parar totalmente após a mulher gerar seu primeiro bebê.

A dismenorreia secundária é a dor causada por uma desordem nos órgãos reprodutivos da mulher. Essas cólicas normalmente começam no início do ciclo menstrual e duram mais do que as cólicas menstruais comuns. Dentre as causas principais da dismenorreia secundária temos:

  • Endometriose: uma condição na qual o tecido de revestimento interno do útero (endométrio), ao invés de se formar dentro do útero, preparando o órgão para receber o óvulo fecundado, acaba se formando no exterior do útero;
  • Doença inflamatória pélvica: uma infecção causada por bactérias, que começa no útero e pode espalhar para outros órgãos reprodutivos;
  • Estenose (estreitamento) do colo do útero, muitas vezes causada por cicatrização;
  • Os tumores (ou miomas) sobre a parede interna do útero.

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Sintomas das cólicas menstruais

  • Dor no abdómen (às vezes grave);
  • Sensação de pressão no abdómen;
  • Dor nos quadris, nas costas, pélvis e região uterina frontal.

Quando as cólicas são graves, os sintomas podem incluir dor de estômago, às vezes com vômitos e fezes moles.

Principais vitaminas para cólicas

A Vitamina B6 (piridoxina) é um componente vital de qualquer dieta com o objetivo de reduzir a dor menstrual. Esta importante vitamina desempenha um papel-chave na síntese do neurotransmissor dopamina, que promove o bem-estar físico e emocional. Estudos mostram que a vitamina B6 pode reduzir a dor; no entanto, não parece ser capaz de afetar a causa subjacente. Boas fontes de vitamina B6 incluem bananas, lentilhas, grão-de-bico e aveia.

Um estudo mostrou que a vitamina B3 (niacina) foi eficaz na redução de cólicas menstruais em cerca de 90% de mulheres sintomáticas. As mulheres receberam 200 mg de niacina diariamente durante todo o ciclo menstrual e 100 mg a cada duas a três horas quando eram acometidas pelas cólicas, durante o período menstrual. Acredita-se que os efeitos benéficos da niacina resultam da capacidade da vitamina em diminuir o espasmo das artérias uterinas. A vitamina C e o bioflavonóide rutina aumentaram ainda mais a eficácia da niacina no tratamento da dismenorreia.

Um grande número de pesquisas científicas sugere que a vitamina E (tocoferol) é eficaz para tratar dismenorréia primária. Uma ingestão substancial de vitamina E alguns dias antes do início e durante a menstruação reduz significativamente a dor menstrual, bem como limita a quantidade de sangue perdido durante a menstruação. O potencial da vitamina E é resultado da sua capacidade de inibir a síntese de prostaglandina. Sementes, nozes e óleos vegetais estão entre as melhores fontes de vitamina E.

A vitamina D é indicada através de vários estudos científicos como um eficaz tratamento para períodos dolorosos. A vitamina D é conhecida por reduzir a produção de prostaglandinas. Além disso, a vitamina D, na dose de 400 UI por dia, ajuda seu corpo a usar o cálcio e pode reduzir a inflamação. Como a vitamina D pode interagir com uma série de medicamentos, consulte seu médico antes de iniciar seu uso, caso esteja sob medicação.

Minerais que fazem diferença

O cálcio foi conhecido por muito tempo por seu papel no apoio aos ossos fortes, mas poucos estão cientes de que o cálcio também pode ajudar as mulheres que sofrem de menstruação dolorosa. Um grande número de estudos científicos sugere que o aumento da ingestão de cálcio pode aliviar dores menstruais. Tem sido proposto que os efeitos benéficos do cálcio sobre problemas menstruais pode estar relacionado com o papel importante deste mineral na manutenção do tônus muscular. Músculos deficientes em cálcio têm maior probabilidade de serem tensos, o que pode provocar cólicas menstruais. Ótimas fontes de cálcio na dieta incluem vegetais de folhas verde-escuras e brócolis fornecem uma boa fonte de cálcio com baixo teor de gordura.

A suplementação com zinco alguns dias antes do início da menstruação foi responsável por prevenir a dor pré-menstrual e inchaço em mulheres durante um estudo científico. Estes efeitos foram atingidos quando o zinco foi administrado em doses muito elevadas (doses de 30 mg, 1 a 3 vezes por dia, 1-4 dias antes do início da menstruação). Estas mega-doses foram muito além dos limites estabelecidos pela RDA dos Estados Unidos para o zinco, mas os pesquisadores que conduziram o estudo acreditam que grandes doses de zinco por alguns dias por mês são seguras e pouco suscetíveis de causar distúrbios no metabolismo do cobre (uma deficiência de cobre é um dos primeiros sinais de uma ingestão excessiva de zinco). O zinco, que requer vitamina B6 para a absorção adequada nos intestinos. Esta vitamina é encontrada em uma variedade de alimentos como a batata inglesa, aveia, banana, gérmen de trigo, abacate, levedo de cerveja, cereais, sementes e nozes.

Evidências sugerem que deficiência de magnésio pode ser uma causa da dor menstrual em algumas mulheres e que o restabelecimento de níveis de magnésio ao normal pode reduzir progressivamente a gravidade e a duração das cólicas menstruais. A suplementação de magnésio também foi responsável por aliviar a dor associada com a menstruação. Deficiências leves de magnésio são comuns em muitos países ocidentais, onde o consumo de alimentos processados ​​é comum, pois o processamento diminui significativamente o teor de magnésio dos alimentos. Além disso, a agricultura intensiva, praticada em muitos países ocidentais, esgota o solo de magnésio, reduzindo assim o teor de magnésio das plantas que crescem no solo. Os alimentos ricos em magnésio são principalmente sementes, como as sementes de abóbora ou as sementes de girassol, frutas secas como amêndoa e vegetais, como a acelga.

Muitas das coisas que causam baixos níveis de magnésio também são causas diretas de carências de potássio. A deficiência de magnésio aumenta a perda de potássio ainda mais. Uma dieta rica em alimentos processados e refinados, laticínios, gorduras, sal-açúcar e cafeína afeta diretamente os níveis de potássio, por ser pobre neste mineral. Baixos níveis de potássio podem contribuir para dores musculares em geral, de modo que a suplementação com potássio durante a menstruação pode diminuir a dismenorreia primária. Sugere-se suplementar até 500 mg de potássio por dia durante a menstruação. No entanto, seja cauteloso sobre suplementação, como excesso de potássio pode causar efeitos secundários graves incluindo arritmia cardíaca, logo só inicie a suplementação acompanhado por um profissional. Muitas vezes, comer alimentos ricos em potássio, como bananas, uvas passas e damascos secos, sumo de laranja e batata doce será suficiente para proporcionar a dose mineral extra que você precisa.

Antioxidantes

Os antioxidantes não só são úteis na redução eficaz de inflamações no corpo, como também são extremamente importantes para fortalecer o fígado. Reduzir a desidratação e beber muita água de boa qualidade em longo prazo é muito importante também. Os íons negativos são antioxidantes, logo deve-se assegurar a abundância de íons negativos de água corrente a partir de florestas naturais e outros ambientes naturais – além de ionizadores negativos terapêuticos etc. – e evitar íons positivos de poluição, computadores, ar condicionado, etc.

Os alimentos ricos em antioxidantes são frutas e verduras com grandes concentrações de vitaminas A, C ou E, assim como o betacaroteno, minerais, como o selênio e o zinco, e aminoácidos, como cisteína e glutationa. Existem também outras substâncias antioxidantes, como os bioflavonoides, encontrados, por exemplo, na uva ou nos frutos vermelhos.

A toxicidade da água

De acordo com a revista científica “Science Daily”, a água potável dos Estados Unidos tem maior concentração de estrogênio do que em contraceptivos orais, em soja e produtos lácteos. E que todos os seres humanos, (homens, mulheres e crianças, e especialmente as mulheres grávidas) excretam hormônios em sua urina, não apenas mulheres que tomam pílula anticoncepcional. O que ocorre é que os dejetos animais são responsáveis por 90 por cento dos estrogênios presentes no meio ambiente. Para se ter uma ideia, apenas 1 por cento dos estrogênios em resíduos de gado, advindos de vias navegáveis, compreendem 15 por cento dos estrogênios no abastecimento de água do mundo.

Além de tudo isso, o cloro na água da torneira de abastecimento aumenta a toxicidade do fígado, o que também pode ser um dos principais contribuintes para problemas menstruais. Para começar a eliminar a dor menstrual, então, primeiro pare de beber água da torneira. A fonte ideal de água potável é a água mineral, preferencialmente na fonte.

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