Se for à Coreia do Norte, “faça um testamento e designe herdeiros”, adverte governo americano

17/01/2018 17:45 Atualizado: 17/01/2018 17:45

O governo dos Estados Unidos emitiu um alerta a seus cidadãos para que “não viajem” para a Coreia do Norte, e, se o fizerem, instruiu: “elaborem um testamento”.

O aviso, emitido em 10 de janeiro, afirma: “Não viajem para a Coreia do Norte, por causa do grave risco de prisão e detenção de longo prazo de cidadãos dos Estados Unidos”.

No caso de ter que fazê-lo, propõe a seguinte medida: “Elabore um testamento e designa os beneficiários de seguros e/ou poderes adequados”.

O Departamento de Estado classificou a Coreia do Norte como o nível 4 de perigo de viagem, o risco máximo, o que significa para seus cidadãos: “Não viajar”.

Se, por outro lado, você viajar por um motivo específico, convoque uma “discussão com seus entes queridos para um plano sobre o cuidado/custódia de crianças, animais de estimação, bens, pertences, bens não líquidos (coleções, obras de arte, etc), desejos funerários, etc”.

O Departamento de Estado explica que, na verdade, “as pessoas não podem usar um passaporte dos EUA para ir para a Coreia do Norte ou atravessar este país sem uma validação especial do governo estadunidense”. As validações especiais são em “circunstâncias muito limitadas”.

Pyongyang, vista da capital da Coreia do Norte (Reprodução)
Pyongyang, vista da capital da Coreia do Norte (Reprodução)

No território norte-coreano, sujeito ao regime de ditadura comunista de Kim Jong-Un, como não há relações diplomáticas ou consulares dos EUA com a Coreia do Norte, os viajantes estão totalmente desprovidos de serviços de emergência.

“A Suécia serve como poder de proteção para os Estados Unidos na Coreia do Norte, oferecendo serviços de emergência limitados”; no entanto, adverte a gestão Trump, “o governo norte-coreano geralmente atrasa ou nega o acesso de funcionários suecos a cidadãos norte-americanos detidos”.

Riscos da aviação civil

O documento também representa um risco para a aviação civil que operar dentro ou nas proximidades da Coreia do Norte.

A Administração Federal de Aviação (FAA) emitiu um aviso aos aviadores, NOTAM, e um Regulamento Federal Especial de Aviação, SFAR, nas siglas em inglês.

A Coreia esteve sob o domínio do Império Coreano até a invasão do Japão em 1905. Após a Segunda Guerra Mundial, a parte norte foi invadida pela Rússia e passou a ser liderada pelo guerrilheiro Kim Il-Sung. Hoje, seu neto Kim Jong-Un ainda está no comando.

A Coreia do Norte é considerada um dos regimes mais repressivos contra a liberdade do crença espiritual e contra opiniões políticas diferentes da ideologia comunista, depois da China.

Kim Il-sung (centro), numa reunião do Partido Comunista dos Trabalhadores da Coreia do Norte, em Pyonyang, em 1946. Atrás dele está uma foto de Stalin (esq.), responsável pela morte de dezenas de milhões de russos e pessoas da União Soviética, e um retrato próprio (dir.) (Reprodução)
Kim Il-sung (centro), numa reunião do Partido Comunista dos Trabalhadores da Coreia do Norte, em Pyonyang, em 1946. Atrás dele está uma foto de Stalin (esq.), responsável pela morte de dezenas de milhões de russos e pessoas da União Soviética, e um retrato próprio (dir.) (Reprodução)

Outras sugestões em caso de viagem

• Visite o website sobre viajar para áreas de alto risco;
• Inscreva-se no Programa de Inscrição Smart Traveler (STEP, na sigla em inglês) para receber alertas e para facilitar sua localização no caso de uma emergência;
• Siga o Departamento de Estado no Facebook e no Twitter;
• Cidadãos dos EUA que viajam para o exterior devem ter sempre um plano de contingência para situações de emergência. Verifique a lista de verificação do viajante e informações do país.

Outras considerações

• O passaporte é válido por apenas 1‒3 meses, por exigência da Coreia do Norte; ou por 6 meses, por exigência da China;
• São necessárias duas páginas em branco para o carimbo de entrada;
• É requerido visto

Um soldado norte-coreano usa seus binóculos para vigiar o Rio Yalu, próximo a Sinuiju e defronte à cidade fronteiriça chinesa de Dandong, em 14 de abril de 2017 (Johanes Eisele/AFP/Getty Images)
Um soldado norte-coreano usa seus binóculos para vigiar o Rio Yalu, próximo a Sinuiju e defronte à cidade fronteiriça chinesa de Dandong, em 14 de abril de 2017 (Johanes Eisele/AFP/Getty Images)

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