Astrônomos identificaram os maiores jatos cósmicos já observados, disparados por um buraco negro supermassivo, que se estendem por 23 milhões de anos-luz.
Esse fenômeno, nomeado “Porphyrion” em referência à mitologia grega, está localizado a 7,5 bilhões de anos-luz da Terra, permitindo uma visão do passado do Universo quando ele tinha metade da idade atual.
O tamanho dos jatos impressiona pela magnitude: eles são 140 vezes maiores que a Via Láctea, ultrapassando em 40% o recorde anterior.
O fenômeno foi detectado por meio de radiotelescópios, como o LOFAR, e a descoberta desafiou as teorias atuais sobre os limites desses eventos cósmicos, abrindo novos debates sobre a evolução das galáxias.
A equipe de pesquisa também encontrou outros 11 mil jatos semelhantes, o que indica que eventos desse tipo podem ser mais comuns do que o imaginado.
As implicações dessas descobertas são vastas, sugerindo que esses jatos podem ter influenciado não só as galáxias que os abrigam, mas também o desenvolvimento do Universo como um todo, especialmente ao atravessarem a teia cósmica.
A interação entre os jatos e a teia cósmica pode ter impactado a evolução de várias galáxias ao longo do tempo, conforme explica o professor George Djorgovski, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).
“Os jatos dispersam enormes quantidades de energia, que impactam não só a galáxia hospedeira, mas também outras galáxias ao redor”.
O fenômeno desafia a noção anterior de que jatos desse porte eram restritos ao Universo mais recente.
A descoberta sugere que a atividade dos buracos negros pode ter desempenhado um papel crucial na formação do Universo como o conhecemos hoje.
Até o momento, a pesquisa conduzida pelo radiotelescópio LOFAR abrangeu apenas 15% do céu, o que indica que muitos jatos ainda estão por ser identificados, já que muitos são difíceis de detectar.
O pesquisador Martijn Oei revelou que a equipe está prestes a publicar um novo artigo, no qual anunciará a descoberta de mais oito mil jatos cósmicos.
Isso reforça a ideia de que esses fenômenos são muito mais comuns do que se imaginava, e ainda há um vasto território a ser explorado, potencialmente revelando novos dados sobre a evolução do Universo.
A grandiosidade de Porphyrion é tamanha que os 23 milhões de anos-luz medidos podem representar apenas uma estimativa mínima. Caso a inclinação dos jatos em relação à Terra seja diferente do esperado, a estrutura pode ser consideravelmente maior.