Alta no preço dos alimentos faz inflação estourar limite da meta, aponta IBGE

Carnes, café e leite puxam inflação acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional.

Por Redação Epoch Times Brasil
10/01/2025 16:30 Atualizado: 10/01/2025 16:30

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2024 com uma variação de 4,83%, superando a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta era de 3,50%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Segundo o relatório divulgado na sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo de Alimentação e Bebidas registrou uma alta de 7,69% ao longo do ano. Este grupo foi o principal responsável pela aceleração do IPCA.

O impacto desse grupo foi de 1,63 ponto percentual no acumulado, representando aproximadamente 33,8% do índice geral. Produtos básicos como carnes, óleo de soja e café moído pressionaram os preços.

Alimentos: pressão constante ao longo do ano

A alimentação no domicílio teve uma alta de 8,23% em 2024. Destaques incluem o aumento expressivo das carnes, que acumulou variação de 20,84%, e do café moído, que disparou 39,60%. O leite longa vida também teve impacto significativo, com alta de 18,83%. As frutas subiram 12,12%.

Esses itens básicos têm forte peso no orçamento das famílias, especialmente as de menor renda.

O movimento de alta foi impulsionado por custos elevados de insumos agrícolas e condições climáticas adversas. A pressão do mercado externo manteve os preços altos.

O dólar valorizado frente ao real encareceu produtos importados e insumos usados na produção nacional, o que refletiu na mesa do brasileiro.

A alimentação fora do domicílio registrou alta de 6,29% no ano. Refeições subiram 5,70%, enquanto lanches tiveram alta de 7,56%.

Esse aumento reflete os custos operacionais enfrentados por bares e restaurantes, que repassaram parte dos reajustes ao consumidor final.

Conforme reportado pelo Epoch Times Brasil, o custo da cesta básica subiu em todas as 17 capitais brasileiras monitoradas pelo DIEESE em 2024.

Impactos em outros grupos

Embora os alimentos tenham liderado as pressões inflacionárias, outros grupos também contribuíram. O grupo Saúde e Cuidados Pessoais teve alta de 6,09%, puxado pelos planos de saúde (+7,87%) e medicamentos (+5,95%).

Transportes registrou aumento de 3,30%, com destaque para a gasolina (+9,71%) e o etanol (+17,58%).

Por outro lado, o grupo Habitação apresentou desaceleração, com alta de apenas 3,06% em 2024. A energia elétrica residencial caiu 0,37%, devido à maior presença da bandeira tarifária verde durante o ano.

O DIEESE ainda estimou que, para suprir as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas, o salário mínimo necessário em dezembro deveria ser de R$ 7.067,68. Esse valor é equivalente a 5,01 vezes o salário mínimo de 2024, R$ 1.412,00.