Sono pode ser afetado por uso de equipamentos eletrônicos

10/06/2013 14:02 Atualizado: 10/06/2013 19:15
Excesso de exposição às luzes de computadores e dispositivos móveis é prejudicial
Aparelhos eletrônicos podem perturbar o sono (Photos.com)
Aparelhos eletrônicos podem perturbar o sono (Photos.com)

Dormir mal e pouco já é um hábito bastante comum na sociedade moderna, mas o problema vem se agravando nos últimos anos, em grande parte, pela febre dos dispositivos eletrônicos. Um estudo realizado pelo especialista Charles Czeisler, da Faculdade de Medicina de Harvard, revela que o uso de tablets, smartphones, computadores e outros gadgets luminosos, durante a noite, pode ser danoso ao sono e, consequentemente, à saúde. No Brasil, aproximadamente 60% da população adulta tem problemas para dormir.

A luz emitida por esses dispositivos, do tipo LED, é bastante prejudicial à indução natural do sono, pois é rica em radiação azul, que interfere significativamente em nosso relógio biológico e tem menos potencial de radiação vermelha ou laranja, mais presente nas lâmpadas incandescentes e na luz natural do entardecer, que auxiliam na liberação de melatonina, hormônio responsável pela regulação do sono.

De acordo com Raimundo Nonato, neurologista especialista em Transtornos do Sono do Hospital Universitário de Brasília (HUB), esse tipo de iluminação artificial ilude o cérebro, fazendo crer que estamos em pleno dia. “Com esse estímulo, a produção de neuro-hormônios responsáveis pelo início do sono fica atrasada ou é abolida. Ademais, existe o fator comportamental, uma vez que esses objetos estão intrinsecamente associados às atividades de vigília, contribuindo para reduzir o drive, isto é, a pressão de sono”, enfatiza o médico.

Problemas de insônia, atrasos de fase, superficialização e fragmentação do padrão do sono estão se tornando mais comuns entre a população brasileira. Além disso, a má qualidade do sono também vem sendo relacionada com a ocorrência de doenças cardiovasculares, obesidade, diabete, enfraquecimento do sistema imunológico e inclusive câncer. Por isso, é fundamental que as pessoas adquiram bons hábitos até na hora de dormir.

(Reinaldo Dimon/UnB Agência)
(Reinaldo Dimon/UnB Agência)

Nonato sugere que a melhor maneira de evitar esses problemas é colocar um pijama no cérebro, ou seja, retornar ao padrão ambiental e de comportamento do tempo em que a iluminação artificial não era tão dominante em nossas vidas. “Uma alternativa é reduzir a estimulação luminosa e auditiva a partir das 20h, procurando dedicar-se a realização de tarefas menos laboriosas e mais relaxantes. Praticar ou assistir esportes que nos interessem muito é desaconselhável a partir das 22h para a maioria dos indivíduos”, explica.

Publicado originalmente no site da Universidade de Brasilia.

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