Saiba tudo sobre as nozes e seus benefícios

02/03/2015 15:47 Atualizado: 02/03/2015 15:48

Em muitas culturas ao redor do mundo, as nozes são consideradas como uma fonte valiosa. Porém, no auge da cultura do consumo de alimentos com baixa gordura, os nutricionistas têm analisado esses antigos alimentos com uma certa desconfiança.

Nos anos 80 e 90, a sabedoria que prevalecia era de que se alguém ingerisse algo tão rico e calórico poderia, consequentemente, prejudicar seu coração, aumentar seu colesterol e aumentar alguns quilos na balança. Castanhas de caju e nozes deveriam ser comidos com moderação e macadâmias eram notoriamente alimentos gordos e cocos eram estritamente proibidos.

Desde que a era da baixa gordura se dissipou, as nozes recuperaram sua reputação como um excelente lanchinho. Estão carregadas de nutrientes e não necessita-se de muitas para sentir-se satisfeito.

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De fato, algumas nozes possuem mais de 80% de gordura, mas estas comidas também são as maiores fontes de Ômega 3, o que as tornam altamente saudáveis. Experts da nutrição recomendam o consumo de aproximadamente 28 gramas de nozes, pelo menos cinco vezes na semana, para diminuir o risco de doenças cardiovasculares e dois tipos de diabetes.

Inclusive, além de possuir gorduras saudáveis e proteínas, as nozes possuem vitamina E, fibras e ajudam na redução do colesterol por possuírem esteróis vegetais. As nozes de árvores se tornaram as mais comuns e as que mais causam alergias na população atualmente.

Mas porque o número de crianças alérgicas a nozes aumentou cinco vezes mais desde 1988? Existem algumas teorias, mas ninguém sabe ao certo. Os sintomas podem ser variados, de brandos a severos, e muitas vezes fatais.

Normalmente, as nozes são literalmente os órgãos reprodutivos de uma árvore. Elas carregam a essência biológica necessária para criar a próxima geração de árvores e têm, inclusive, proporcionado a subsistência de várias gerações humanas.

Nozes

Nozes (Shutterstock/raliand)
Nozes (Shutterstock/raliand)

A inegável semelhança entre uma noz e o cérebro tem sido notada por muitos anos. Novos estudos apontam uma conexão ainda maior.

A ingestão de nozes comprovou um aumento significativo de melatonina nas células sanguíneas, um hormônio produzido pela glândula pituitária. A melatonina regula o ciclo do sono e pode atuar contra doenças cerebrais, tais como as doenças de Parkinson e Alzheimer. Por conta da melatonina, o consumo regular de nozes pode ajudar a insônia, transtornos afetivos ou inflamações neurológicas sem a preocupação dos efeitos secundários que podem ocorrer na ingestão de suplementos de melatonina.

As nozes são premiadas com altas concentrações de ômega 3, que não só beneficia a saúde cerebral, mas também protege contra doenças cardiovasculares e arritmia.

A noz mais consumida normalmente, fruto da nogueira-comum, é originária das regiões montanhosas da Ásia Central, onde ainda existem florestas de nozes. A noz preta, fruto da nogueira-negra, é nativa da América do Norte, e apesar de comestível, é mais utilizada por sua madeira do que por suas nozes.

A noz é considerada primeiramente como comida, mas sua árvore possui diversas utilidades medicinais. As cascas verdes da noz preta são usados na medicina popular americana para combater parasitas, constipação e problema de vesícula. Na medicina chinesa, a noz beneficia os pulmões, intestinos e rins. Também é utilizada para tosse, constipação e impotência.

Nozes Pecan

Nozes pecan (Shutterstock/Glenn Price)
Nozes pecan (Shutterstock/Glenn Price)

A Pecan é membro da família da nogueira e nativa do centro e do sul dos Estados Unidos. Seu nome botânico, Carya illinoinensis, significa “Nozes de Illinois”.

Para os primeiros cultivadores de noz pecan, os índios Algonquin, a noz era a maior fonte de nutrição. As tribos a utilizavam como remédio para a pele e para problemas de pulmão, e para fabricar uma bebida fermentada chamada Powochicora.

A Pecan possui um formato similar ao da noz, mas possui sabor mais adocicado e textura mais suave. As pecans possuem maiores quantidades de gorduras nutritivas que as nozes, mas menos ômega 3. Ambas as nozes são fontes de cobre, um metal necessário para manter os ossos fortes e uma boa função imunológica.

Castanha de Caju

Castanhas de Caju (Shutterstock/picturepartners)
Castanhas de Caju (Shutterstock/picturepartners)

Devido aos obstáculos como casca dura, muitas árvores dão nozes que apesar de comestíveis, não são muito saborosas e nem cheirosas. As nozes de Ginkgo, por exemplo, possuem um cheiro ruim. A noz do pinheiro (conhecida como bolota) tem uma pele amarga muito difícil de remover.

Até a invenção de um processo confiável, desenvolvido em meados de 1920, as castanhas de caju eram desconhecidas pela maior parte do mundo. No ramo da botânica, a castanha de caju é relacionada a hera venenosa ou carvalho venenoso, pois possui uma concha cáustica que pode causar bolhas na pele. Por esta razão, as castanhas são sempre vendidas com a casca removida.

Apesar de possuírem um sabor rico, contém menos gordura do que qualquer outra noz. Elas são, no entanto, ricas em fibras, magnésio, ferro e cobre. E adicionam um sabor delicioso a um cozido de legumes.

Pistache

Pistaches (Shutterstock/John Kasawa)
Pistaches (Shutterstock/John Kasawa)

Os pistaches são parentes próximos da castanha de caju. Estão listados no Antigo Testamento, junto ao mel, amêndoas e mirra como o melhor que a terra do Egito tinha a oferecer.

Possuem os mesmos benefícios ao coração e ao equilíbrio de açúcar no sangue que as outras nozes, além da adição de antioxidantes da luteína e zeaxantina para a saúde ocular.

Castanha do Pará

Castanhas do Pará (Shutterstock/HandmadePictures)
Castanhas do Pará (Shutterstock/HandmadePictures)

A noz brasileira cremosa e rica em calorias tem sido grande parte da dieta das tribos nativas amazônicas por séculos. As Castanhas do Pará são excepcionalmente ricas em selênio – um mineral necessário para a absorção dos nutrientes. A falta de selênio provoca inflamações no estômago, tais como a doença de Crohn e o hipotireoidismo.

Um estudo de 2008 feito pelo Jornal Americano de Nutrição Clínica constatou que apenas duas Castanhas do Pará por dia já são suficientes para aumentar eficientemente os níveis de selênio.

Amêndoas

Amêndoas (Shutterstock tanatat)
Amêndoas (Shutterstock tanatat)

A amêndoa é a mais auspiciosa das nozes. Tendo em vista suas inúmeras referencias bíblicas, pelo fato de florescerem no início da primavera, sua árvore simboliza esperança e renascimento. Para os antigos Romanos, amêndoas representavam fertilidade. Os chineses comem biscoitos de amêndoas no Ano Novo para ter boa fortuna.

As amêndoas vêm em duas variedades: doces e amargas, e combinam muito bem com pêssego e damasco. Amêndoas doces são normalmente reservadas para consumo e as amargas são mais utilizadas para fins medicinais.

Na medicina tradicional chinesa, uma amêndoa aromática conhecida como Xing Ren é muitas vezes utilizada para tratar qi (ou energia) estagnado no pulmão. Xing Ren é normalmente utilizada em fórmulas para tratamento de asma, tosse e bronquite crônica.

As amêndoas possuem altos níveis de potássio, magnésio e vitamina E. Um estudo de 2003 do Jornal Internacional de Obesidade, demonstrou que consumir uma amêndoa diariamente auxilia a perda de peso.

Crua, torrada e rançosa

No que se refere a sabor e textura, as nozes torradas são mais preferidas. Mas se você deseja preservar a ômega 3 e seus óleos, é melhor consumi-las cruas.

Se armazenadas corretamente, as nozes podem durar cerca de um ano – as nozes de pinho, cerca de 3 meses. As gorduras poliinsaturadas degradam-se rapidamente, portanto, é importante refrigerá-las. Uma vez que os óleos delicados das nozes oxidem e se tornem rançosos  – caracterizados por um odor rançoso e às vezes azedo que lembra tinta para pintura – joguem-nas fora.

Óleos estragados trazem mais malefícios ao corpo do que benefícios.

Bolinhas de chocolate e nozes feitas sem assar

Bolinhas de chocolate com nozes (Cat Rooney/Epoch Times)
Bolinhas de chocolate com nozes (Cat Rooney/Epoch Times)

Esta receita é basicamente uma versão livre de glúten e laticínios de um cookie de chocolate. Combina qualquer nozes e sementes que você tenha à mão, cruas ou torradas. Se utilizar nozes salgadas, reduza o sal na receita.

Ingredientes

4 xícaras de nozes e sementes
1 colher de chá de sal marinho
2 colheres de chá de noz-moscada moída
1 xícara de coco ralado (sem açúcar)
2 xícaras de pasta de amendoim ou tahine
1 xícara de mel
2 colheres de chá de óleo de cânhamo ou óleo de semente de linhaça
280 gramas de pedacinhos de chocolate amargo

Bata as nozes em um liquidificador, meia xícara de cada vez.

Em uma tigela grande, misturar bem as nozes moídas, sal, noz-moscada e o coco.

Adicione pasta de amendoim ou tahine, mel, cânhamo ou óleo de semente de linhaça e o chocolate. Misture até virar uma massa uniforme. Use duas colheres para formar as bolinhas.

Faça bolas de 1 polegada. Guarde-as em um potinho e deixe descansar por pelo menos 2 horas antes servir. Conserve em local refrigerado.

Rende até 80 bolinhas.