Manifestantes que voltarão às ruas em 15 de novembro sabem quem são e o que querem

12/11/2014 13:01 Atualizado: 12/11/2014 13:01

No dia 15 de novembro, haverá manifestações pela investigação da corrupção na Petrobras e contra o governo. As manifestações estão sendo organizadas pelas redes sociais e reúnem diversos grupos em torno dos interesses comuns. O colunista Augusto Nunes, no texto abaixo, comenta a diferença entre esses manifestantes e as manifestações de 2011 e 2013. Para Nunes, os manifestantes do próximo feriado sabem o que querem, e a manifestação não se compara às manifestações desprovidas de pautas unificadas de anos anteriores.

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Leia abaixo o texto de Augusto Nunes:

“Em novembro de 2011, ilustrado por um mapa do Brasil com informações sobre o horário, o local e o acesso aos organizadores das passeatas programadas para 40 cidades, um post assinado pela jornalista Fernanda Costa chamou a atenção dos leitores para os atos de protesto que ocorreriam no feriado de 15 de novembro de 2011. Passados três anos, o texto e o mapa voltaram a circular na internet, mas associados às manifestações de rua convocadas para o próximo sábado, dia 15.

Nada a ver. Ao abismo escavado pelo tempo se somam as diferenças entre os dois movimentos. Os envolvidos nos protestos de 2011 nunca souberam direito quem eram e o que queriam. Como voltaria a acontecer em junho de 2013, os manifestantes sucumbiram à crise de identidade, à inexistência de objetivos claramente definidos, à falta de palavras-de-ordem que evitassem a dispersão. Dessas carências não padecem os indignados de 2014 que mostraram sua cara na Avenida Paulista no primeiro dia deste novembro. Esses sabem perfeitamente quem são e o que querem.

Antecipo o esclarecimento para desfazer equívocos e, sobretudo, para colocar a coluna à disposição dos organizadores ou participantes das manifestações marcadas para 15 de novembro. Sejam bem-vindos às ruas os incontáveis inconformados, saúdam os integrantes da resistência democrática. O Brasil decente enfim se dispôs a travar a luta sem tréguas contra a seita lulopetista — no terreno e com as armas que os celebrantes de missas negras escolherem.

A desfaçatez dos incapazes capazes de tudo foi longe demais. Como constatou o jornalista Cláudio Tognolli, ‘não se pode escrever CORRUPTO sem PT”. Os gatunos a serviço do governo estão por toda parte, financiando com roubos bilionários a conspiração do bando liberticida contra o Estado Democrático de Direito. Os farsantes no poder acham que os fins justificam os meios, e ainda se julgam condenados à perpétua impunidade. Logo entenderão que o sossego dos cínicos acabou.

Mais de 51 milhões de eleitores advertiram em 26 de outubro que o Código Penal vale para todos. Sem exceções, avisaram os participantes do ato de protesto na Avenida Paulista. A oposição está na ofensiva. O PT não mete medo em mais ninguém. Em todo o país, multidões continuarão a exigir o esclarecimento de todos os escândalos à espera de apuração, aí incluído o protagonizado pelo casal Lula e Rose. Pelas dimensões da ladroagem e pelos personagens envolvidos, o Petrolão é o primeiro da fila.

Milhões de indignados exigem que a devassa nas catacumbas da Petrobras prossiga sem hesitações e sem manobras protelatórias. As descobertas dos condutores das investigações vão confirmando que o padrinho e a afilhada sabiam de tudo. Comprovada a culpa no cartório, a Justiça que trate de cumprir seu dever. Todos são iguais perante a lei. Lula e Dilma não são mais iguais que os outros.”

Folha Política