Estudante morto no Rio durante ação policial

17/07/2010 03:00 Atualizado: 17/07/2010 03:00

RIO DE JANEIRO – Um menino de 11 anos no Rio foi morto quando uma bala perdida entrou em sua sala de aula durante uma operação policial fora da escola. O menino, identificado como Wesley Guilber Rodrigues de Andrade, estava numa aula de matemática quando a bala o atingiu de repente no peito na manhã de sexta. Ele foi levado para o Hospital Carlos Chagas, mas não pôde ser salvo.

Funcionários da escola em Costa Barros, um dos subúrbios mais pobres e violentos do Rio, disseram que o tiroteio deixou centenas de crianças em pânico, informou a Rede Globo de TV.

Os policiais militares foram realizar uma operação nas favelas que cercam a escola em resposta a uma denúncia telefônica feita a polícia de que traficantes estavam na área.

Testemunhas oculares disseram numa conferência de imprensa televisionada que o tiroteio com os suspeitos começou às 8:30 da manhã.

O Comandante-Geral Mário Sérgio Duarte não confirmou que a criança foi atingida durante a operação, mas disse que o caso seria investigado “prontamente”. Durante a operação, disse ele, quatro suspeitos foram presos, e outros seis morreram no confronto com a polícia.

A divisão de homicídios da Polícia Civil realizará uma investigação na escola.

Numa declaração televisiva, o Chefe de Polícia Ricardo Castro, que está supervisionando a investigação, disse que suspeita que o tiro fatal foi disparado por um dos traficantes de drogas. Ele relatou que os investigadores tinham tomado as armas dos policiais envolvidos para compará-las com a bala que atingiu a criança.

Até o final de sexta-feira, o comandante responsável pelo batalhão da polícia militar foi acionado para requisitar uma ação policial no morro da Pedreira, a menos de 300 metros da escola.

“Um dos objetivos da mudança de comando é garantir total imparcialidade e precisão na determinação das razões da operação e do procedimento adotado, que resultou em perda irreparável para uma família”, diz um comunicado no site da secretaria de imprensa da Polícia Militar.

Os pais da criança, abalados, não quiseram falar com a imprensa local.

Moradores enfurecidos no bairro puseram fogo em pneus para protestar contra o tiro, criando nova tensão com a polícia, que foi chamada para controlar o tumulto.