Em um cenário de alta da inflação, Bacen não indica um novo corte de juros

Por Redação Epoch Times Brasil
14/05/2024 23:49 Atualizado: 14/05/2024 23:49

O Banco Central do Brasil (BC ou Bacen) publicou na segunda-feira (14) as atas das reuniões que ocorreram nos dias 7 e 8 de maio quando se decidiu fazer outro leve corte na taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), onde explica os motivos do corte leve e relata inseguranças econômicas mundial e nacional.

A ata que é publicada no site do Bacen é dividida entre uma uma análise econômica curta dos acontecimentos nacionais e internacionais, uma análise do cenário econômico global, discussão sobre como conduzir a política monetária, ou seja, quais as intenções para o futuro sobre cortes ou não na taxa de juros e, por fim, a decisão do Copom através de voto.

De acordo com o Copom, o ambiente externo parece estar mais adverso, já que os Estados Unidos indicam que irão voltar a flexibilizar sua política monetária, ou seja, alguns analistas entendem que o EUA voltará a diminuir a taxa de juros ainda esse ano e isso pode acarretar novamente em um aumento da inflação.

Ao mesmo tempo, a percepção doméstica, por mais que seja de queda na inflação quando se considera o mês de maio de 2023, é de expectativa de alta para os anos de 2024 e 2025 e que “os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado maior dinamismo do que o esperado”

O comitê defendeu também que “o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios” que causariam aumento nos índices de preços.

As informações divulgadas pelo Bacen são opostas àquelas que foram defendidas por setores do governo:

“É um crime contra o país a decisão do Copom, de cortar apenas 0,25 ponto da maior taxa de juros do planeta. Não há fundamento econômico para isso e houve divergência de 4 diretores nessa decisão.  A inflação está sob controle e em queda, o ambiente de investimentos melhora, os empregos também.” disse Gleisi Hoffmann (PT-RS). 

O Bacen explicou que em algum cenário de fato havia melhoras na economia, melhora essa que ocorreu devido à “resiliência da atividade doméstica” que ainda se mantinha de pé mesmo após os dados negativos, o que justificou um corte pequeno de 0,25%.“Nesse cenário de incerteza prospectiva elevada, reforça-se a necessidade de maior cautela na condução da política monetária doméstica.” afirmou o Copom de maneira unânime.