Villa la Angostura: um lugar mágico na cordilheira dos Andes

14/05/2014 18:39 Atualizado: 06/03/2018 15:22

Acordar pela manhã, tomar um delicioso café com pão caseiro, geleia de frutas patagônicas e doce de leite, admirando as montanhas nevadas, pinheiros e poder presenciar uma revoada de ‘chimangos’ (da família dos falcões). Isto é uma amostra do que você pode testemunhar ao visitar Villa la Angostura, na Argentina.

Encravada no meio da cordilheira dos Andes, entre San Martin de los Andes e Bariloche, é um lugar mágico. Bem no meio de uma floresta e rodeadas por lagos, esse é o lugar para quem procura natureza, atrativos naturais sem fim, além de paz e boa comida.

A cidade oferece atividades durante todo ano, verão, primavera, outono e inverno. Lagos, praias de água doce, balneários, montanhas, trilhas, esqui, bicicleta, navegações, caiaque e muito mais.

Eu e meu noivo chegamos no início do inverno para passar três dias, ruas ainda calmas, baixa temporada, preços incríveis e uma cidade pequena, mas com diversas atividades.

Tivemos uma recepção simpática, do ônibus à rodoviária, do centro de informações turísticas às pessoas caminhando na rua: todas estavam prontas para dar informações e nos ajudar.

Esta é a cidade que, segundo conta a lenda, Adolf Hitler viveu cerca de dez anos, após fugir da guerra, ao contrário do que conta a história, em que ele se suicidou. Verdade? Quem vai saber! Nas vitrines das livrarias da cidade existem livros relatando esses anos e essa história, vale uma boa conversa com os moradores locais.

Encontramos nosso albergue, uma preciosidade, a 150 metros da rodoviária por uma estrada de terra rodeada por pinheiros e com uma vista deslumbrante para as montanhas, já com neve. Chegamos e nos sentimos em casa. No primeiro dia, caminhamos pela única rua de comércio da cidade, olhamos lojas, almoçamos em um restaurante simples com garçons simpáticos, comida farta e preço pequeno e, de sobremesa, 250 gramas de sorvete de doce de leite com chocolate: uma pechincha em uma das muitas sorveterias e casas de chocolate da pequena rua.

À noite, após um merecido banho quente, fomos tomar nosso lanche da noite no albergue e ficamos batendo papo com uma porção de ‘hermanos’ que são infinitamente mais simpáticos do que nos dizem nossas piadas sobre argentinos.

No dia seguinte, acordamos e fomos presenteados com uma enorme janela de vidro na sala do café da manhã, com vista para as montanhas nevadas e revoadas de chimangos, me apaixonei por essas aves! O dia prometia.

Pegamos um táxi e, três quilômetros e 25 pesos depois, chegamos ao porto de Villa la Angostura. O táxi andou a passos de tartaruga e descobrimos depois que a estrada estava congelada e, por segurança, a velocidade não passou dos 30 quilômetros por hora.

Caminhamos dois minutos e nos deparamos com um lindo lago azul, montanhas dos dois lados, verde por todos os lados e um vento gelado que deixa o nariz e bochechas vermelhas como nos filmes.

Esse lugar é uma preciosidade, pudemos descobrir o que era um Istmo! Se você não sabe o que é, fique tranquilo, nós também não sabíamos. É um pedacinho de terra bem pequeno, de mais ou menos 30 metros, que separa um lago por dois lados. Você anda e, de um lado avista um lago e águas agitadas e, do outro, um lago calmo e sem vento!

Esse pedaço de terra separa a baía Brava da baía Mansa. Passamos o dia todo por lá, fizemos duas trilhas e fomos para dois ‘miradores’ no alto da montanha apreciar a imensidão dos lagos. Levamos lanche e fizemos um piquenique no alto da fria e ensolarada montanha. Na volta não pegamos táxi e voltamos caminhando os três quilômetros até a cidade. Que dia!

Recomendo um dia de “descanso”, acordar mais tarde, passear pela cidade, tomar sorvete no frio, fazer umas comprinhas, chocolates, comprar cerveja artesanal para os amigos e um lindo novelo de lã de carneiro, para fazer um charmoso cachecol aqui no Brasil.

No outro dia, fomos ver o Rio Correntoso, um dos menores rios do mundo, tem 300 metros de largura e liga o Lago Corentoso ao gigante lago Nahuel Huapi. Pegamos mais uma vez o ônibus que sai no horário marcado, e fomos ao lago.

Um dia de chuva e nossos casacos impermeáveis fizeram muito bem a função de nos isolar do frio e nos manter secos. Caminhamos por 1 quilômetro e chegamos às margens de um pequeno rio.

De águas cristalinas e super agitado, com grandes pedras no fundo, nos encantou! As águas são tão limpas e transparentes que fiquei encantada. Além da sua lindíssima cor verde. Se não tivesse chovendo um piquenique às margem do rio seria obrigatório.No mesmo dia, queríamos visitar o Puerto Manzano, um balneário com inúmeras praias para o verão, mas infelizmente a chuva e o frio estavam intensos. Decidimos voltar para o albergue.

Pela noite para fechar nossa curta estadia nessa linda cidade, comemos deliciosas empanadas assistindo televisão.

No dia de partir, arrumar as malas. Ir embora é o mais difícil. Uma semana em Villla La Angostura seria um tempo ainda curto.  Pensar em voltar para a loucura das grandes metrópoles é uma tarefa mental complicada.

Se me perguntarem, ‘você voltaria a Villa La Angostura?’, eu diria, ‘Com certeza!’.