Uma perseguição diabólica sem precedente – Capítulo 17

Um mal extremo no mundo: Conscientizando-se do genocídio na China e tomando medidas

11/01/2020 14:34 Atualizado: 11/01/2020 14:35

Originalmente publicado em inglês em 2016, o Epoch Times tem o orgulho de republicar “Uma perseguição diabólica sem precedente: um genocídio contra o bem na humanidade” (editores Dr. Torsten Trey e Theresa Chu. Clear Insight Publishing, 2016). O livro ajuda a entender a extração forçada de órgãos que ocorre na China, explicando a causa fundamental dessa atrocidade: o genocídio cometido pelo regime comunista chinês contra os praticantes do Falun Gong.

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Capítulo 17: Um mal extremo no mundo

Conscientizando-se do genocídio na China e tomando medidas

Por Carlos Iglesias Jimenez

Quando analisamos o conceito de genocídio descrito na Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio de 9 de dezembro de 1948, percebemos até onde a maldade humana pode chegar. Se existem líderes de certas ditaduras que são capazes de exterminar grupos de pessoas por razões étnicas, raciais ou religiosas, isso significa que a degeneração dos valores humanos atingiu seu nível máximo.

Ao longo da história, os genocídios ocorreram com a participação ou cumplicidade dos mais altos círculos de poder sob regimes ditatoriais. Todo e qualquer meio disponível a um Estado, incluindo recursos econômicos e estratégicos, seria utilizado para atingir o objetivo de eliminar todo um grupo de seres humanos inocentes.

Utilizando uma ampla gama de métodos, desde campanhas de propaganda nacionais e internacionais até assassinatos, a perseguição ao Falun Gong iniciada em 1999 sob o então líder do Partido Comunista Chinês (PCC), Jiang Zemin, e conduzida por todos os níveis do governo visa erradicar completamente os adeptos desse sistema de crenças. A lavagem cerebral, com o objetivo de forçar os praticantes do Falun Gong a abandonarem suas crenças e “transformar” seus pensamentos para refletir melhor a ideologia do PCC; a tortura, que frequentemente é tão abusiva que costuma levar à morte; e a extração forçada de órgãos, que sempre resulta na morte do praticante do Falun Gong, são ações que preenchem a definição do crime de genocídio, conforme estabelecido nos artigos II e III da Convenção de 1948. Na história recente, o genocídio de Ruanda registrou pelo menos 500 mil mortes em 1994 e o genocídio de Srebrenica causou mais de 8 mil mortes em 1995. Desde 1999, mais de 100 milhões de praticantes do Falun Gong estão sujeitos a brutal perseguição estatal na China e no mundo todo.

Geralmente, se não é sempre o caso, o genocídio é denunciado somente depois de se desenvolver desde seus estágios iniciais, quando inúmeras vidas já foram tragicamente perdidas. Esse é certamente o caso das vítimas inocentes na China que praticam o Falun Gong (também conhecido como Falun Dafa), um sistema de autoaperfeiçoamento espiritual e pacífico baseado nos princípios da verdade, compaixão e perseverança.

Quando a Convenção sobre genocídio foi adotada pelas Nações Unidas em 1948, parecia que uma consciência coletiva havia surgido; que uma evolução mais alta dos valores humanitários visava proteger vidas, a dignidade humana e a liberdade de crença.

Mas o que permaneceu despercebido é que, naqueles momentos após a Segunda Guerra Mundial, o que estava tomando forma no Oriente, e mais especificamente na China, era a ditadura mais destrutiva, cruel e sem coração da história humana. O Partido Comunista Chinês, um regime tirânico que não apenas tenta destruir um grande segmento de seu próprio povo – milhões de pessoas bem-intencionadas, que estão tentando melhorar sua moralidade e compaixão por todos os seres – mas está se beneficiando dessa destruição, matando dezenas de milhares de pessoas sob demanda por seus órgãos.

Essa é a realidade que me foi esclarecida por muitas vítimas desses terríveis crimes. E ao ouvir essas tragédias horrendas, senti-me compelido a agir dentro da minha capacidade como advogado para ajudar essas pessoas inocentes. Tive a sorte de poder recorrer às leis espanholas de jurisdição universal estabelecidas na Lei Orgânica do Poder Judiciário da Espanha. O Artigo 23 das Leis era, na época, a lei mais avançada do mundo em relação à proteção da justiça global, pois permitia processar autores de genocídio ou tortura, independentemente da sua nacionalidade e da das vítimas.

Minha jornada pessoal no combate ao genocídio dos praticantes do Falun Dafa

Minhas entrevistas com as vítimas foram bastante intensas; suas histórias reavivavam um sofrimento tão imenso que era difícil suportar a angústia que eu senti ao ouvi-los. No entanto, fiquei tocado por sua fé e vontade firme de obter justiça. Seu maior desejo era que as pessoas ao redor do mundo não fossem mais enganadas pela propaganda do Partido Comunista Chinês, mas, ao contrário, estivessem plenamente conscientes da brutalidade da perseguição.

A decisão de tomar uma ação não podia ser adiada, pois havia uma série de circunstâncias naquele momento que pareciam tornar o PCC invulnerável à acusação de genocídio.

Essas circunstâncias incluíam:

1. A impossibilidade de levar criminosos na China à justiça (o que é conhecido como princípio territorial), porque o PCC é precisamente quem detém o poder e exerce o controle do genocídio na China.
2. O PCC não assinou o Estatuto de Roma, que estabeleceu o Tribunal Penal Internacional (TPI), tornando impossível levar esses crimes ao TPI, porque sua jurisdição não é reconhecida.
3. O PCC tem o direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas, impossibilitando a ONU de tomar ações específicas contra a China. Esse muro protetor do Partido Comunista Chinês poderia (e deveria) ser demolido apenas com uma jurisdição universal, baseada nas leis de países como a Espanha, e ao mesmo tempo servir como um megafone para que o mundo soubesse a verdade desses terríveis crimes contra a humanidade.

A única coisa que me restava era seguir meu coração e agir.

Graças à ajuda e colaboração da minha colega Dra. Terri Marsh, diretora-executiva e parceira sênior de litígios da Human Rights Law Foundation, bem como às entrevistas com vários praticantes do Falun Dafa e parentes de praticantes mortos ou torturados na China, entrei com uma ação na Espanha em 15 de outubro de 2003 contra o principal responsável por essa atrocidade, Jiang Zemin, pelos crimes de genocídio e tortura.

Sob a liderança de Jiang Zemin no Partido Comunista Chinês, foram ordenadas três ações e instruções específicas a respeito dos praticantes do Falun Gong: “Difamar suas reputações, arruiná-los financeiramente e destruí-los fisicamente.” Juntamente com Jiang, o processo também nomeou Luo Gan, coordenador e executor da Agência 610, que coordenava a perseguição ao Falun Dafa. Eu chamo esse órgão de “Gestapo chinesa”, cuja missão não era outra senão operar para o Estado, estando acima da lei e sem nenhum controle, com o fim de identificar e deter ilegalmente os praticantes do Falun Dafa. A Agência 610 também dava instruções aos campos de trabalho forçado, onde praticantes são torturados até a morte.

Um aspecto importante dessa tragédia é que toda a logística da perseguição e da propaganda do aparato do Partido Comunista Chinês requer grandes quantidades do orçamento nacional, financiado por cidadãos chineses e usado com o único objetivo de eliminar uma parte significativa do seu próprio povo. Que tipo de liderança erradica seu próprio povo? O PCC é digno de representar uma nação com uma história de cinco mil anos, carregando sua bandeira ensanguentada com o sangue do sofrimento dos seus próprios cidadãos inocentes?

A intensa propaganda nacional serviu ao regime para gerar ódio contra o Falun Dafa, enquanto pretendia afastar o povo chinês do que havia sido uma prática muito popular e amplamente adotada. Antes da repressão em 20 de julho de 1999, até 100 milhões de chineses, segundo estudos do governo chinês, estavam melhorando suas mentes e corpos por meio desse sistema de cultivo pacífico. Inicialmente, a mídia elogiou os benefícios da prática para a sociedade, o governo estava economizando bilhões em assistência médica, mas isso teve uma reviravolta dramática quando o governo aplicou com força total sua agenda de eliminação. A política de genocídio começou com inúmeras mentiras, difamações e calúnias. O Partido Comunista Chinês utilizou a força de toda a mídia, principalmente as agências estatais de televisão, rádio, imprensa e on-line, para construir uma montanha gigante de mentiras sobre o Falun Dafa.

O objetivo era desarmar a consciência do povo chinês, tornar a nação insensível à proibição do Falun Dafa. Dessa forma, uma mensagem clara foi enviada ao povo chinês, alertando a população sobre o quão perigoso é ter crenças que não estão de acordo com as do Partido Comunista.

As detenções arbitrárias e ilegais aumentavam todos os dias, de acordo com a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas e ONGs como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch. Milhares de praticantes do Falun Dafa foram trancados em prisões e campos de trabalho forçado sem garantias judiciais, onde, sob o horror mais devastador, estavam ocorrendo as formas mais inimagináveis de tortura que um ser humano jamais concebera.

Até agora, eu fui incapaz de comunicar por escrito ou compartilhar em discurso público a terrível dor que tantos milhares de pessoas inocentes estavam sofrendo na escuridão dos campos de trabalho forçado na China. Senti um tremendo desespero diante dos testemunhos das vítimas. Só pude lamentar quando Dai Zhizhen, com a filha Fadu nos braços, me contou a história do cruel assassinato do seu esposo; só pude lamentar quando ouvi pessoalmente a história do pintor Zhang Cuiying, que sofreu terríveis torturas psicológicas e corporais apenas por praticar o Falun Dafa; só pude lamentar quando o estudante Zhao Ming descreveu minuciosamente como foi forçado a se agachar diariamente por mais de dez horas seguidas com os calcanhares levantados, como ele recebeu choques elétricos e teve seu sono privado, como ele foi algemado a uma cadeira e espancado por guardas toda vez que fechava os olhos; ou quando Chen Yin, outra praticante do Falun Dafa, sofreu a maior humilhação que uma mulher pode suportar, despida à força e jogada numa cela com prisioneiros masculinos, onde foi agredida e abusada sexualmente e depois encharcada com água gelada por dias e dias.

O processo original contra Jiang Zemin e Luo Gan foi seguido por processos adicionais na Espanha contra os líderes seniores do Partido Comunista Chinês, diretamente envolvidos na perseguição ao Falun Dafa, especificamente Jia Qinglin, Wu Wangzhen e o então ministro do comércio Bo Xilai. Bo havia ocupado anteriormente os cargos de governador da província de Liaoning e prefeito da cidade de Dalian, e era diretamente responsável pelo maior massacre contra praticantes do Falun Dafa nos campos de trabalho da província, além de ser um dos principais autores da extração de órgãos de praticantes vivos do Falun Dafa.

Todos os processos seguiram o procedimento de justiça universal na Espanha e numerosas investigações foram conduzidas, trazendo à luz evidências que demonstraram os horrores e tragédias das más ações cometidas pelo Partido Comunista Chinês contra seu próprio povo.

A atrocidade mais terrível, no entanto, ainda estava por vir, algo inconcebível para qualquer ser humano, algo que me fez estremecer e me deixou profundamente abalado, o maior crime da história da humanidade: a pilhagem e venda de órgãos de pessoas vidas. No começo, eu fui incapaz de acreditar, pois há meu ver ninguém pertencente à raça humana poderia alcançar essa extensão de crueldade e maldade, no entanto, isso era uma realidade: sob um programa sancionado pelo Estado chinês, os órgãos de milhares de praticantes vivos e saudáveis do Falun Dafa estavam sendo extraído para obtenção de ganhos financeiros.

As perguntas que me fiz não eram mais as de um advogado, mas de um ser humano:

Que tipo de demônio é o Partido Comunista Chinês, que promove ativamente, coordena e se beneficia da extração forçada em larga escala de órgãos do seu próprio povo?

Que tipo de entidade maligna é aquela que, uma vez que os órgãos são extraídos à força, incinera os cadáveres para descartar as evidências, apenas para cobrar grandes somas de dinheiro por cada órgão pilhado, mais de US$ 150 mil dólares por um fígado ou um par de rins?

Que tipo de mente criminosa, absolutamente diabólica, é capaz de criar e desenvolver uma organização corrupta, cujas receitas multimilionárias provêm da morte de milhares de pessoas e transformar essa atrocidade em um estilo de vida?

Como eles podem liderar a nação chinesa e representar o povo chinês, enquanto torturam, assassinam e permitem que seus corpos sejam vendidos e esculpidos para exibição pública?

Finalmente, eu entendi a extensão da tragédia, o enorme horror que é o Partido Comunista Chinês, que vende ao mundo ocidental a imagem de uma economia próspera e de uma suposta crescente classe média, enquanto esconde o fato de que muitos dos seus produtos são feitos sob tortura em campos de trabalho, sem pagamento, por um exército de centenas de milhares de pessoas inocentes; prisioneiros de consciência que são forçados a trabalhar continuamente por 16 ou 18 horas por dia, a fim de produzir os produtos que o resto de nós desfruta no mundo.

Ou como, sob esse regime, fortunas multimilionárias foram geradas a partir da venda de órgãos de pessoas vivas na forma mais repugnante e terrível de comércio já testemunhada na história humana.

Eu descobri a verdadeira intenção do Partido Comunista Chinês nas prisões sombrias e nos campos de trabalho da China, que nada mais é do que destruir os valores que representam os atributos mais benevolentes e nobres da humanidade.

Os relatórios investigativos de 2006 dos canadenses David Kilgour e David Matas sobre a extração de órgãos de praticantes do Falun Dafa na China revelaram-me a escala gigantesca desse genocídio.

Suas entrevistas com praticantes que haviam sido detidos e presos em campos de trabalho confirmaram que, enquanto sob custódia das autoridades, estavam sujeitos a avaliações médicas caras e exames de sangue e tecido, com o único objetivo plausível de matá-los por seus órgãos (os praticantes do Falun Dafa são regularmente torturados, portanto esses testes claramente não são usados para melhorar sua saúde).

Na Europa, a resolução sobre a extração de órgãos na China, adotada pelo Parlamento Europeu em 12 de dezembro de 2013, destaca as preocupações da comunidade internacional em relação a essas atrocidades. A resolução pede que os países europeus prestem atenção e condenem os abusos da extração forçada de órgãos na China. Também insta a União Europeia a conduzir uma investigação completa para interromper esses crimes contra a humanidade e solicita a libertação de todos os prisioneiros de consciência na China, incluindo os praticantes do Falun Gong.

Devemos descartar de nossa mente qualquer barreira que nos limite a considerar esses crimes como questões de Estado ou como assuntos políticos ou internos de outro país. Este é precisamente o jogo que aqueles que são culpados de genocídio querem que participemos. Eles querem que o mundo acredite que a soberania do Estado supera a dignidade e a vida humanas, liberdades universais e leis internacionais.

Mais de 60 anos depois da sua criação, lembramos o Preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, após o fim da Segunda Guerra Mundial:

“Considerando que o desrespeito e o desprezo pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade e o advento de um mundo no qual os seres humanos gozarão de liberdade de expressão e crença.”

Ler este preâmbulo parte meu coração, sabendo que um dos países que o assinaram – além de ser membro das Nações Unidas e ter o privilégio de veto no Conselho de Segurança da ONU – é, sob a liderança do Partido Comunista Chinês, responsável pelo assassinato de mais de 80 milhões de pessoas.

Lendo este preâmbulo, não posso deixar de lembrar com profunda emoção todas as vítimas da brutalidade da ditadura do Partido Comunista Chinês; as crianças, os idosos e todos os homens e mulheres inocentes que, desde que o Partido chegou ao poder em 1949, foram torturados e mortos por causa de suas crenças. Estou arrasado com todos os milhões de praticantes do Falun Gong na China, cujas vidas felizes e pacíficas foram destruídas por esse regime cultista e maligno que tem como objetivo destruir a verdade, a compaixão e a perseverança, transformando a Terra em um inferno.

Acredito que nenhum dos artigos descritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos tenha sido cumprido nem encontrado proteção ou cobertura na China sob o regime do Partido Comunista Chinês. Faço esta afirmação com convicção e a evidência daqueles que tentaram levar à justiça os notórios líderes do PCC por seus crimes de genocídio e tortura. Afirmo isso com a certeza de que o povo chinês está sofrendo com a maior e mais terrível ditadura da história da humanidade.

Todas as platitudes, propaganda, mentiras e enganos que o Partido Comunista Chinês usa em suas relações internacionais têm um denominador comum no que diz respeito à questão dos direitos humanos: a maneira pela qual o governo chinês trata seu próprio povo, insistem as autoridades chinesas, é uma questão interna, e não um assunto político sujeito a análise alheia ou discussão com Estados soberanos.

Essas são as desculpas apresentadas pelos autores do genocídio no seu engajamento com os líderes ocidentais, que temem perder acordos comerciais, negócios e quaisquer vantagens econômicas que acompanham um relacionamento internacional estável.

À luz dessas pressões que os líderes democráticos enfrentam, apenas valores morais, ética e o espírito humano podem prevalecer e revelar a verdade. As perguntas são claras:

Devemos aceitar silenciosamente e nos tornar cúmplices dos acusados de genocídio em troca de acordos econômicos? Isso não nos torna corresponsáveis pelo genocídio, tortura e crime da extração de órgãos em larga escala?

Devemos aceitar que esse genocídio é uma questão de soberania do Partido Comunista Chinês, que tem autoridade sobre o povo chinês para dirigir os assuntos do Estado como lhe convém?

Será que nos esquecemos dos nossos compromissos assumidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos? Será que os seres humanos se tornaram objetos sujeitos às decisões arbitrárias dos seus líderes?

“A tortura não é considerada pelo direito internacional como uma função de um chefe de Estado”, afirmou Lord Nicholls em 25 de novembro de 1998 na Câmara dos Lordes durante o processo de extradição de Pinochet da Espanha para a Inglaterra. Não devemos esquecer o jogo maligno do Partido Comunista Chinês, que manipula a verdade e visa impedir que todos nós descubramos a realidade dos mais graves crimes humanitários de hoje.

É evidente que esse genocídio de tortura e assassinato em massa cometido desde 1999 não pode, sob nenhuma circunstância, ser considerado apenas um assunto político, uma questão de soberania do Estado, e certamente não, como o Partido Comunista Chinês gostaria que acreditássemos, um assunto interno. Estamos falando dos crimes mais hediondos contra a humanidade, uma perseguição a 100 milhões de pessoas e, diante desses crimes, não podemos nos permitir negociar. Só podemos ter a coragem e a dignidade de dizer à ditadura comunista chinesa que os seres humanos não são uma mercadoria, que não são simplesmente pedaços de carne que podem ser cortados e vendidos pela oferta mais elevada.

Instituições e organizações internacionais, governos e parlamentos democráticos, são simplesmente grupos de pessoas que tomam decisões; eles têm sentimentos, opiniões e valores, e são eles cujos corações podem mudar a realidade do nosso mundo. É simples assim: romper o silêncio sobre o genocídio salva vidas humanas.

Nestas páginas, apelo a indivíduos, não instituições ou organizações, não a cargos ou hierarquia, mas ao coração de cada pessoa que tem responsabilidade perante o público nacional e internacional. Vocês são os que podem parar essa terrível atrocidade e que podem usar sua consciência para comunicar a realidade do que está acontecendo na China sob a ditadura do Partido Comunista Chinês. O grande sofrimento dessas vítimas não resulta apenas da tortura física e mental, mas também da impotência da ignorância. Portanto, é essencial transmitir a verdade às pessoas em todo o mundo, compartilhar nosso conhecimento e garantir que todas as pessoas estejam cientes desses terríveis atos contra a humanidade.

Estes são os crimes mais graves contra a humanidade. Nosso silêncio e indiferença a esses crimes permitem que os autores continuem sem reservas. Não estamos dando permissão para esses crimes? Não estamos enviando a mensagem de que esses crimes hediondos não têm consequências? Não estamos promovendo o surgimento de novos autores de genocídio e tortura à medida que esses crimes ficam impunes?

Todos nós, especialmente aqueles com responsabilidades públicas, devemos reconhecer nossas próprias limitações nesse mundo, nosso tempo e oportunidades de ação são limitados. Devemos aproveitar esse momento para considerar nossas escolhas e o que fizemos ou não para garantir um mundo melhor para todas as pessoas. A história julgará como respondemos, ou não, às circunstâncias presentes.

Conclusão

Chegará o dia em que o nobre povo chinês, oriundo da mais gloriosa civilização e cultura da humanidade, florescerá novamente e deixará para trás o terror da brutalidade e covardia do Partido Comunista Chinês. Chegará o dia em que a justiça devida será obtida pelo Falun Dafa e seus princípios inabaláveis, os quais não poderão ser destruídos pela maldade do Partido. E chegará o dia em que a harmonia retornará para todo o povo chinês, e eles recuperarão sua cultura de cinco mil anos, e a dignidade e a verdade retornarão aos corações dessas boas pessoas. Nós apenas precisamos ter certeza de que fazemos parte desses eventos importantes e que estamos do lado certo da história.

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