A Comuna de Paris: quando o espectro comunista veio à Terra

05/02/2017 17:57 Atualizado: 05/02/2017 20:21

Como uma nuvem em forma de funil que prenuncia a criação de um tornado, o espectro do comunismo pairava no ar, assombrando a Europa no início de 1871.

A Comuna de Paris, uma insurreição sangrenta que durou 73 dias, tornou-se o primeiro corpo comunista na terra, como um tornado que toca o chão e devasta tudo em seu alcance. O espectro do mal havia encarnado.

“Há um espectro que assombra a Europa”, escreveu Karl Marx em “O Manifesto Comunista”. Em Paris, esse espectro ganhou a base para pavimentar seu caminho de destruição e matança por décadas.

A Comuna de Paris foi brevemente endossada por Marx como a primeira revolução do proletariado, ou “ditadura do proletariado”. Esse movimento serviu de modelo para Lenin e Mao, que o estudaram e aprenderam lições a partir dele.

Panela fervente

A Europa em meados do século XIX borbulhou com numerosas teorias revolucionárias, incluindo o socialismo (que precede as ditaduras comunistas) e o próprio comunismo.

As revoluções de 1848 que ocorreram em vários países (incluindo a França) tiveram diferentes causas e resultados, mas não foram consideradas revoluções proletárias de estilo comunista. Quando Marx e Friedrich Engels publicaram a primeira edição de “O Manifesto Comunista” em fevereiro de 1848, nenhuma dessas revoluções seguiu exatamente seu formato.

A Comuna de Paris foi montada na sequência da Guerra Franco-Prussiana e no fim do Segundo Império francês. A Guarda Nacional tinha defendido Paris durante a guerra, e não aceitou que o exército tomasse posse da cidade após a conclusão do conflito. O exército e o recém eleito governo parlamentar se retiraram temporariamente à Versalhes em 18 de março de 1871.

B. Benham, em seu livro de 1898 ‘A Revolta Proletária: Uma História da Comuna de Paris de 1871’, explica a conexão: “milhares de Guardas Nacionais, compostos exclusivamente de operários, sob o controle de um corpo eleito composto quase inteiramente de operários, carimbam o levante com um caráter indubitavelmente proletário.”

O levante reuniu várias pessoas de esquerda e revolucionárias. Mas sua ideologia geral era explicitamente comunista? Não necessariamente, porém os atores e suas operações enquadram-se na descrição da “ditadura do proletariado” que Marx abraçou, e isso foi suficiente para que o espectro comunistas tomasse forma na Terra.

“Seu significado dificilmente pode ser superestimado”, escreveu Benham. “Foi uma escaramuça das forças que se reunirão em ações maiores em campos mais amplos. Sua história é a da maior revolta de trabalhadores ‘livres’ que o mundo já viu.”

Frutos da insurreição

A Comuna de Paris se dissolveu durante a “Semana Sangrenta” de 21 a 28 de maio de 1871, quando o exército retornou a cidade, assumindo o controle da região.

Durante a revolta comunista, a destruição da vida e propriedade foi generalizada. Incêndios de edifícios públicos e privados se espalhavam por toda Paris. Calcula-se que um quarto da cidade tenha sido destruída nesse período.

Muito do legado artístico da humanidade, principalmente o ocidental, desapareceram durante a “Semana Sangrenta”. Grande tesouros artísticos coletados em Paris, os quais representavam o melhor do espírito humano desenvolvidos ao longo de centenas de anos, foram esmagadas ou viraram fumaça. Pinturas, esculturas, pergaminhos e arquitetura irremediavelmente desapareceram.

A sangue frio, dezenas de inocentes – incluindo sacerdotes e o arcebispo – foram assassinados. Supostos espiões foram jogados no rio Sena com suas mãos e pés acorrentados.

Todos esses atos destrutivos e inglórios forneceram um modelo para os futuros levantes comunista.

Inspirando os russos e chineses

Vladimir Lenin admirava tanto a Comuna de Paris que dançou na neve em Moscou no dia em que o governo bolchevique ultrapassou o tempo de duração da Comuna. Ele escreveu: “Nós somos apenas anões pousados ​​nos ombros daqueles gigantes”. Seu túmulo foi decorado com uma bandeira vermelha da Comuna.

A morte de milhões de inocentes sob Lênin e seus sucessores continua a ser um testamento a esta linhagem.

Mao Zedong também estudou a Comuna de Paris, e alguns aspectos da Revolução Cultural chinesa (1966-76) foram inspirados pelos Comunards.

Os comunistas ainda hoje vêem a Comuna de Paris como o antepassado da teoria comunista. Sua linhagem e seu legado destrutivo se estendem até hoje. Quase 150 anos depois de chegar à Terra, o tornado destrutivo ainda está girando viciosamente. Estima-se que o comunismo tenha matado pelo menos 100 milhões de pessoas e danificado a vida de outras centenas de milhões ao redor do mundo.

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Epoch Times procura expor a história e crenças deste movimento, que tem sido uma fonte de tirania e destruição desde o seu surgimento.