Meditação pode sanar ou prevenir desordens psiquiátricas

23/12/2017 07:00 Atualizado: 24/12/2017 00:53

Praticantes experientes de meditação parecem ser capazes de desligar áreas do cérebro associadas a devaneios, ansiedade e certos distúrbios psiquiátricos, como autismo e esquizofrenia, segundo um estudo realizado nos Estados Unidos.

“A prática tem se mostrado capaz de amenizar vários problemas de saúde, ao contribuir para que pessoas parem de fumar, lidem melhor com o câncer e até mesmo evitem a psoríase”, destacou Judson A. Brewer, o principal autor da pesquisa e professor assistente de psiquiatria em Yale.

Os pesquisadores usaram análises de ressonância magnética funcional em meditatores, experientes e novatos, usando três diferentes técnicas de meditação.

Os resultados mostraram uma redução da atividade na rede neural padrão (DMN – Default Mode Network, ou Rede Neural em Modo Padrão) em praticantes experientes, que é associada a distúrbios de ansiedade, déficit de atenção, hiperatividade e a formação de placas na doença de Alzheimer.

A redução da atividade nessa região, que engloba parte do córtex cingulado posterior e do córtex medial pré-frontal, foi percebida nos praticantes mais experientes, independente do tipo de meditação que faziam.

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A investigação também mostrou que, quando a DMN estava ativada, áreas cerebrais associadas ao automonitoramento e ao controle cognitivo foram coativadas nos praticantes de meditação de longa data, mas não nos novatos. Isso também aconteceu quando os praticantes não estavam meditando, mas simplesmente descansando.

De acordo com o estudo, “A meditação tem sido associada com o aumento da felicidade.” (Brewer).

Os cientistas acreditam que os praticantes podem se concentrar melhor no momento presente, e estão constantemente reprimindo o surgimento de pensamentos egoístas e devaneios, que são fortemente associados com o autismo e a esquizofrenia.

“A capacidade da meditação ajudar as pessoas a permanecer no presente tem sido parte de práticas filosóficas e contemplativas há milhares de anos”, disse Brewer.

“Por outro lado, uma marca distintiva de muitas doenças mentais é uma preocupação com os próprios pensamentos, condição que a meditação parece atingir. Isso nos dá algumas pistas de como os mecanismos neurais podem atuar clinicamente.”