Disparam casos e hospitalizações pela COVID entre vacinados: dados do CDC

Mortes caíram tanto nos não vacinados quanto nos vacinados nas últimas semanas

25/02/2022 15:10 Atualizado: 25/02/2022 15:10

Por Zachary Stieber 

Taxas de casos e hospitalizações da COVID-19 aumentaram entre pessoas que receberam a vacina contra a COVID-19 após o surgimento da variante Ômicron, de acordo com dados recém publicados pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

De acordo com os dados, que são enviados ao CDC pelos departamentos de saúde de todo o país, a taxa de casos da COVID-19 em pessoas totalmente vacinadas aumentou mais de 1.000% entre 11 de dezembro de 2021 e 8 de janeiro de 2022.

Totalmente vacinado refere-se a pessoas que receberam duas doses das vacinas Moderna ou Pfizer contra a COVID-19, ou a vacina de dose única Johnson & Johnson.

O CDC não considera uma pessoa como estando totalmente vacinada até que 14 dias tenham se passado de sua última dose.

A taxa de casos entre aqueles que receberam uma dose de reforço também disparou, aumentando cerca de 2.400% entre as mesmas datas.

Enquanto os casos também aumentaram entre os não vacinados, o salto nas infecções entre os vacinados fechou a lacuna entre as populações. Como resultado, as pessoas que não receberam a vacina tiveram apenas 3,2 vezes mais chances de testar positivo para a COVID-19 em janeiro.

As internações associadas à COVID-19 também aumentaram entre os vacinados, de 1,4 por 100.000 para os totalmente vacinados na semana que terminou no dia 18 de dezembro de 2021, para 35,2 por 100.000 na semana que terminou em 8 de janeiro, de acordo com dados de um sistema de vigilância gerenciado pelo CDC.

As pessoas que receberam reforço tinham uma probabilidade menor de precisar de atendimento hospitalar, mas a taxa de hospitalização entre os reforçados também aumentou de dezembro de 2021 a janeiro.

E as mortes atribuídas à COVID-19 aumentaram durante o mesmo período entre os vacinados, inclusive entre os que receberam doses de reforço.

(CDC)
(CDC)

Outras fontes de dados também apontam para um pior desempenho das vacinas após a Ômicron, incluindo estudos publicados pelo CDC em janeiro, que diminuíram a lacuna entre os não vacinados e vacinados em termos de casos e hospitalizações.

Algumas pesquisas, no entanto, sinalizam que os reforços restauram grande parte da proteção perdida, incluindo um estudo realizado por pesquisadores da Kaiser Permanente e Moderna publicado na Nature Medicine em 21 de fevereiro.

“Nossos resultados sugerem que uma terceira dose pode ser necessária antes de 6 meses após a segunda dose da vacina Moderna contra a COVID-19 para proteger contra a infecção pela Ômicron”, afirmou Hung Fu Tseng, pesquisador da Kaiser, em comunicado. “Seguramente, 3 doses fornecem forte proteção contra a hospitalização pela COVID-19 devido à variante Ômicron ou Delta”.

Poucos dias após o estudo, porém, o CEO da Moderna, Stéphane Bancel, afirmou aos investidores em uma ligação que um segundo reforço seria necessário devido à diminuição da proteção da vacinação, incluindo um primeiro reforço.

“Este ano, esperamos ver a vacinação primária continuada e o reforço no Hemisfério Sul no primeiro semestre, e uma mudança para reforços como um reforço da quarta dose no Hemisfério Norte no segundo semestre do ano, semelhante às vacinas contra a gripe”, afirmou Bancel.

Autoridades da saúde dos EUA declaram que estão considerando autorizar outra dose de reforços para o público em geral.

Os dados do CDC também mostraram um salto nas taxas de casos, hospitalização e mortalidade entre os não vacinados, mas o aumento não foi tão significativo quando comparado ao registrado entre os vacinados.

O CDC afirmou que adultos não vacinados eram 2,6 vezes mais propensos a testar positivo para a COVID-19 em janeiro em comparação com adultos totalmente vacinados e 3,2 vezes mais propensos quando comparados a adultos que receberam um reforço; possuíam 30 vezes mais chances de hospitalização em dezembro de 2021 devido à COVID-19 em comparação com americanos com 18 anos ou mais, 14 vezes mais chances de morrer da COVID-19 em dezembro de 2021 em comparação com os totalmente vacinados e 41 vezes mais chances de morrer em dezembro de 2021 comparados aos que receberam reforços.

Casos, hospitalizações e mortes caíram tanto nos não vacinados quanto nos vacinados nas últimas semanas, levando muitos estados a rescindir às restrições da COVID-19.

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