Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
A geração do baby boom – nascida entre 1946 e 1964 – cresceu sem celulares ou computadores pessoais.
Tudo o que eles liam na infância era quase sempre impresso em algum tipo de papel – fosse um jornal, uma revista, um romance ou um livro didático.
Quando assistiam à televisão, só podiam escolher entre um pequeno grupo de estações – dependendo da recepção em seu bairro e do funcionamento da antena em sua casa.
O mundo não é mais assim e nunca mais será.
Os Estados Unidos são agora uma nação da Internet.
O Census Bureau publicou este mês um relatório sobre o uso de computadores e da Internet nos Estados Unidos em 2021. O relatório mostrou que pouquíssimos americanos – especialmente as gerações mais jovens – não têm acesso em suas residências a comunicações feitas pela Internet.
Nos Estados Unidos em 2021, de acordo com o Census Bureau, 95% de todas as residências tinham algum tipo de computador (um desktop, um laptop, um smartphone ou um tablet) e 90,1% tinham uma assinatura de Internet de banda larga.
Entre os domicílios em que o chefe de família tinha entre 15 e 34 anos de idade, 94,6% tinham uma assinatura de Internet de banda larga. Entre as residências em que o chefe de família tinha entre 35 e 44 anos de idade, 95,4% tinham uma assinatura de Internet de banda larga; e entre as residências em que o chefe de família tinha entre 45 e 64 anos de idade, 92,2% tinham uma assinatura de Internet de banda larga.
Foi somente entre os domicílios em que o chefe de família tinha 65 anos ou mais que as assinaturas de Internet de banda larga caíram para menos de 90%. Nesses domicílios, chefiados por baby boomers e membros da Geração Silenciosa (que nasceram de 1928 a 1945), a porcentagem de assinaturas de Internet banda larga ainda era de 80,7%.
A grande maioria das residências americanas em todos os níveis de renda tinha uma assinatura de Internet de banda larga em 2021, de acordo com o Census Bureau. Nas residências em que a renda anual era de US$150.000 ou mais, 97,8% tinham uma assinatura de Internet de banda larga. Entre as residências com renda de US$100.000 a US$149.000, a porcentagem era de 96,6%; entre as residências com renda de US$50.000 a US$99.000, a porcentagem era de 93,6%; e entre as residências com renda de US$25.000 a US$49.999, a porcentagem era de 86,8%.
Mesmo entre as famílias americanas mais pobres – onde a renda anual era inferior a US$25.000 – 74,9% tinham uma assinatura de Internet de banda larga.
E quanto aos lares onde eles estavam criando os filhos?
“As famílias com filhos menores de 18 anos tinham maior probabilidade de ter qualquer tipo de computador (99%) e uma assinatura de banda larga (96%) do que as famílias sem filhos”, disse o relatório do Census Bureau.
A questão então se torna: Isso é bom ou ruim para as crianças americanas e para o futuro da nossa nação?
Ele tem o potencial de ser qualquer um dos dois.
A Internet em si é apenas um instrumento que, como qualquer outro instrumento, pode ser usado para fazer coisas boas ou ruins.
Hoje em dia, um estudante do ensino médio pode usar seu laptop, pegar uma cópia de Henrique V de Shakespeare e lê-la do início ao fim. Quando terminar de lê-la on-line, poderá acessar a versão cinematográfica da peça de 1944 e assistir a Laurence Olivier interpretando o rei.
Ou os alunos do ensino médio podem passar o tempo lendo e assistindo a postagens sem sentido – ou malévolas – na mesma Internet, usando o mesmo dispositivo. Eles podem envenenar suas mentes – e suas almas – pelo que veem e pelo que leem.
Quando eu estava na faculdade, tive a sorte de estudar os escritos do grande poeta irlandês William Butler Yeats. Quando comecei a estudar seus escritos, se bem me lembro, tive de ir até a biblioteca da universidade e encontrar um livro de seus poemas que pudesse pegar emprestado e ler.
Agora, você pode ler esses poemas na Internet.
Há um poema que Yeats escreveu há mais de um século que transmite uma mensagem tão poderosa hoje quanto quando foi publicado pela primeira vez. Ele adverte os leitores a serem cautelosos com a demagogia e as falsidades – e a buscarem com afinco a verdade.
Ele se chama: “Os Líderes da Multidão”.
“Eles devem, para manter sua certeza, acusar/Todos os que são diferentes de intenções vulgares;/Puxar para baixo a honra estabelecida; procurar notícias/Qualquer que seja sua fantasia solta inventada/E murmurá-la com a respiração suspensa, como se/ A sarjeta abundante tivesse sido o Helicon/Ou a calúnia uma canção”, escreveu Yeats nesse poema.
“Como eles podem saber/Que a verdade floresce onde a lâmpada do estudante brilhou/E lá sozinho, que não tem solidão?”, continuou ele.
“Então a multidão vem e não se importa com o que pode vir”, concluiu. “Eles têm música alta, esperança renovada a cada dia/ E amores mais sinceros; essa lâmpada é do túmulo.”
Esperamos que os jovens americanos que agora vivem em uma nação onde o acesso à Internet é praticamente universal a utilizem como uma lâmpada de estudante para encontrar os lugares onde a verdade floresce.
As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times