O triunfo de Milei ameaça deter maré vermelha esquerdista na América Latina | Opinião

Por ARTURO MCFIELDS YESCAS
22/08/2023 10:17 Atualizado: 22/08/2023 10:18

A crise econômica pós-pandemia, a corrupção e o crime organizado esvaziaram o ímpeto da maré vermelha esquerdista na América Latina. As primárias deste fim de semana na Argentina enviam uma poderosa mensagem que não deve ser ignorada.

A segurança, o bem-estar e a prosperidade continuam a ser uma exigência e uma promessa não cumprida em todas as Américas. As pessoas querem respostas e não têm paciência para esperar.

Neste contexto de cansaço e desespero, o economista Javier Milei estreia e arrasa as primárias argentinas, causando um terremoto cujas réplicas atingem toda a esquerda autoritária do hemisfério.

Cortar a gordura burocrática. Com uma inflação de 117%, comparável à tragédia venezuelana, a liderança de Milei propõe dolarizar a economia, desaparecer o Banco Central, diminuir o estado e fazer que a Argentina funcione.

As pesquisas estavam erradas. O líder do Libertad Avanza arrasou como um tsunami enterrando o kirchnerismo. Milei foi o mais votado como candidato e como partido, varrendo em 16 províncias, incluindo Córdoba, Mendoza e Santa Fé.

Não é uma mudança de política, mas uma política de mudança. Mais de 7 milhões de votos testemunharam isso. O outsider Rockstar de 52 anos catalizou a rejeição contra o kirchnerismo, a corrupção e as fracassadas políticas econômicas criadoras de mais pobreza.

Riscos e oportunidades. A campanha de temor, caos e perda de direitos fracassou. Os argentinos demonstraram que estão dispostos a correr riscos e arriscar tudo para ver dias melhores em seu país e não fora deste.

Recuperar a nossa liderança. Durante o governo de Fernández, a Argentina perdeu sua liderança internacional e se tornou um apêndice da política externa do México e do Brasil. O Milei pode mudar isto e pode fazê-lo se chegar à Casa Rosada.

A esquerda do século 21 em franco declínio. Apesar da breve maré vermelha que tingiu a América Latina nos últimos dois anos, os maus governos, o narcotráfico e a corrupção deixaram claro seu fracasso retumbante.

Não são governos progressistas mas sim “pobresistas”. A esquerda atual gerou mais pobreza e migrantes que um furacão de categoria 4. O direito à propriedade privada e à vida são seus principais inimigos. O povo sabe e por isso votou contra a esquerda.

Esquerda, narcotráfico e política. Os escândalos de financiamento eleitoral na Colômbia, o assassinato de Villavicencio no Equador, a corrupção no plantio de coca na Bolívia, o golpe de Castillo no Peru, são uma amostra do modelo de esquerda do século XXI.

As ditaduras e sua simulação eleitoral. As eleições com todos os candidatos encarcerados de Daniel Ortega na Nicarágua, as inibições de Maduro na Venezuela e os fantoches que impõe Raúl Castro em Cuba, são outra amostra do paradigma marxista.

É por estas razões que as primárias da Argentina são uma lufada de ar fresco em tempos em que a democracia é cotada em baixa. A credibilidade do modelo eleitoral e as instituições fortes merecem ser reconhecidas e celebradas.

As Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (PASSO) marcaram pauta. Sem desaparecidos, sem presos políticos, sem inibições precoces, sem assassinatos e sem exílio. Grande Argentina!

O autor é ex-embaixador da Nicarágua junto à OEA, jornalista exilado e ex-membro do Corpo de Paz da Noruega (FK).

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As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times