Zuckerberg pede desculpas a famílias de vítimas de abuso infantil em redes sociais

O senador Lindsey Graham, do Partido Republicano, acusou Zuckerberg de ter "sangue nas mãos", porque as redes sociais são "produtos perigosos que estão destruindo vidas e ameaçando a própria democracia".

Por Agência de Notícias
31/01/2024 22:27 Atualizado: 31/01/2024 22:27

O presidente-executivo da Meta, Mark Zuckerberg, pediu desculpas nesta quarta-feira a um grupo de famílias que afirma que tiveram crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual devido a conteúdos em redes sociais, mas negou que o uso dessas plataformas prejudique a saúde mental dos menores.

O pedido de desculpas foi feito durante uma audiência no Senado dos Estados Unidos, da qual os CEOs de Snap, X, Discord e TikTok também participaram para discutir as ações dos gigantes da tecnologia para impedir o abuso sexual de crianças em suas plataformas.

Zuckenberg defendeu a Meta – da qual fazem parte Facebook e Instagram – de acusações de abuso, apontando que não há evidências científicas que liguem o uso de redes sociais a uma saúde mental mais precária.

“Um relatório recente das Academias Nacionais de Ciências, que avaliou mais de 300 estudos, não apoia a conclusão de que as redes sociais causam mudanças na saúde mental dos adolescentes”, argumentou.

A declaração causou alvoroço entre o público presente, que incluía parentes de vítimas de ‘bullying’ nas redes sociais, a quem Zuckerberg acabou pedindo desculpas publicamente, a pedido dos congressistas.

“Sinto muito por tudo o que vocês passaram”, disse o fundador da Meta, que acrescentou que ninguém deveria ter sofrido essa situação “terrível”.

O senador Lindsey Graham, do Partido Republicano, acusou Zuckerberg de ter “sangue nas mãos”, porque as redes sociais são “produtos perigosos que estão destruindo vidas e ameaçando a própria democracia”.

Em seus pronunciamentos, os executivos reconheceram sua responsabilidade em manter as respectivas comunidades seguras e se mostraram abertos a trabalhar na questão e colaborar com os congressistas.

Mas, quando perguntados sobre seu apoio aos projetos de lei que estavam sendo apresentados, nenhum deles deu uma resposta clara, e os congressistas os criticaram.

“Se esperarmos que esses caras resolvam o problema, vamos morrer esperando”, declarou Graham.

A diretora executiva do X (ex-Twitter), Linda Yaccarino, alegou que “menos de 1% dos usuários” da rede “têm entre 13 e 17 anos” e, portanto, se distanciou do assunto em questão.

Por sua vez, o CEO do TikTok, Shou Chew, afirmou que a plataforma “pretende investir mais de US$ 2 bilhões só neste ano” em segurança e que conta com 40 mil profissionais nessa área, incluindo especialistas em segurança infantil.

O CEO da Discord, Jason Citron, explicou que a plataforma usa inteligência artificial para detectar criminosos em sua rede, e o CEO da Snap, Evan Spiegel, disse que, embora o conteúdo em seu aplicativo seja excluído por padrão, cópias são registradas caso seja necessário “prestar contas”.

“Se tudo isso funcionasse, não estaríamos aqui hoje”, concluiu o senador democrata Richard Durbin.