Trump desiste de publicar documentos de investigação sobre a Rússia

Anúncio acontece em um momento no qual as investigações sobre o caso parecem ter avançado significativamente nos últimos dias

21/09/2018 17:04 Atualizado: 21/09/2018 17:04

Por Agência EFE

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (21) que suspendeu o processo de publicação de documentos secretos que ele mesmo havia solicitado sobre a possível interferência da Rússia no processo eleitoral norte-americano, diante da possibilidade de prejudicar as investigações.

“Eu me reuni com o Departamento de Justiça para tirar o sigilo de vários documentos. Aceitaram publicá-los, mas afirmaram que fazê-lo poderia ter um impacto negativo na investigação russa. Além disso, aliados-chave me pediram para não publicá-los”, disse o presidente norte-americano em sua conta no Twitter.

“Portanto, o inspetor geral pediu para revisar esses documentos rapidamente. Acredito que será rápido nisso (e esperamos que em outras coisas que está olhando). Ao final, sempre posso retirar o sigilo se for necessário. A velocidade é muito importante para mim… E para todo mundo!”.

Apesar de Trump não ter especificado nessas mensagens a que documentos se refere, tudo indica que se trata dos que ordenou publicar na última segunda-feira, que estão relacionados com as investigações sobre a ingerência russa nas eleições norte-americanas.

O presidente norte-americano pediu ao Departamento de Justiça — incluindo o FBI — e ao escritório do diretor de Inteligência Nacional a retirada do sigilo de documentos relativos às investigações, entre eles as mensagens de texto de diferentes pessoas envolvidas no caso.

Entre elas está James Comey, ex-diretor do FBI demitido por Trump em maio de 2017; e o que foi seu número dois e posteriormente diretor interino, Andrew McCabe, também demitido.

O anúncio acontece em um momento no qual as investigações sobre o caso parecem ter avançado significativamente nos últimos dias, depois que o ex-chefe de campanha de Trump, Paul Manafort, aceitou cooperar com as autoridades e se declarou culpado de várias acusações de fraude.

O procurador especial para o caso, Robert Mueller, investiga desde maio de 2017, de maneira independente ao governo, a suposta coordenação entre a campanha de Trump e o Kremlin para interferir nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016 e uma possível obstrução à justiça do presidente.