Traficante Minotauro, um dos líderes do PCC, se naturalizou paraguaio

Por Agência de Notícias
25/11/2022 13:27 Atualizado: 25/11/2022 13:28

O traficante brasileiro Sérgio de Arruda Quintiliano, conhecido como Minotauro e considerado um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC), obteve a nacionalidade paraguaia após declarar que seu pai supostamente nasceu no país vizinho, segundo confirmou nesta quinta-feira (24) o ministro do Interior paraguaio, Federico González.

Além disso, González indicou em declarações à emissora de rádio ”ABC Cardinal” que esta informação havia sido solicitada pelas autoridades brasileiras ao procurador antimáfia, Marcelo Pecci, assassinado no último mês de maio em território colombiano.

Minotauro foi capturado em fevereiro de 2019 no sul do Brasil. Sua principal função era o tráfico de drogas originárias da Bolívia e introduzidas no Brasil pela fronteira sul com o Paraguai, segundo informou a Polícia Federal brasileira na época.

González explicou que a investigação, realizada junto com Direção-Geral de Registro do Estado Civil, permitiu apurar o registro de uma pessoa “em nome de Celso Matos Espíndola”, que corresponderia a Minotauro.

O ministro paraguaio detalhou hoje que a inscrição de Minotauro foi feita por ordem judicial.

Após a comprovação de que “não era o procedimento legal habitual”, González garantiu que o Ministério Público foi informado sobre a situação.

A ”ABC Cardinal” revelou que Minotauro tinha duas carteiras de identidade falsas, em uma das quais, com o nome de Celso Matos Espíndola, constava como cidadão paraguaio.

A investigação jornalística também divulgou uma ordem judicial, assinada na época pelo desembargador Carlos Alvarenga Groos, na qual se decide a favor do brasileiro um pedido no qual optou pela “nacionalidade natural paraguaia” após argumentar que era filho de Eraldo Espíndola.

González confirmou que a informação foi solicitada a Pecci, embora tenha se abstido de confirmar ou descartar os dias exatos em que ocorreu o pedido do Brasil.

Segundo a versão jornalística, o pedido foi feito dias antes do casamento e posterior assassinato do procurador paraguaio, baleado em uma ilha colombiana quando passava a lua de mel com sua esposa, a jornalista paraguaia Claudia Aguilera.

“Não estou dizendo que tenha algo a ver com o caso”, esclareceu González, em todo caso.

 

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