Seul volta a pedir que Moscou deixe de receber armas da Coreia do Norte

Por Agência de Notícias
05/01/2024 13:22 Atualizado: 05/01/2024 13:22

O governo sul-coreano voltou a pedir à Rússia que abandone as transações de armas com a Coreia do Norte, após os Estados Unidos afirmarem que Moscou usou mísseis balísticos norte-coreanos na Ucrânia.

“É contraditório que a Rússia, que aprovou as resoluções de sanções do Conselho de Segurança da ONU contra a Coreia do Norte, receba armas norte-coreanas e as utilize na guerra da Ucrânia. Mais uma vez, pedimos que cesse imediatamente essas atividades”, disse à agência de notícias “Yonhap” um representante do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul, que pediu anonimato.

Na quinta-feira passada, a Casa Branca afirmou ter evidências de que a Rússia usou recentemente mísseis balísticos norte-coreanos e suas respectivas plataformas móveis de lançamento para atacar a Ucrânia.

Esses projéteis fizeram parte dos ataques de mísseis e drones da Rússia contra a Ucrânia no final de 2023 e no início deste ano, o maior ataque desde o início da guerra em fevereiro de 2022.

O porta-voz disse que o lançamento desses mísseis, com um alcance de aproximadamente 900 quilômetros, representa uma escalada “significativa” e “preocupante” no apoio que Washington diz que a Coreia do Norte está dando à Rússia em sua guerra na Ucrânia.

Vários analistas acreditam que o míssil norte-coreano usado por Moscou é o chamado sistema KN-23, um míssil tático que, curiosamente, tem suas origens no Iskander soviético e que, como o modelo no qual se inspira, é capaz de manobrar e modificar sua trajetória balística na fase terminal do voo.

À época, Seul alertou que suspeitava que Pyongyang estava transferindo mísseis balísticos de curto alcance para Moscou.

Na semana passada, o ministro da Defesa da Coreia do Sul, Shin Won-sik, também indicou que o número de contêineres transferidos pela Coreia do Norte para a Rússia, que se acredita estarem transportando artilharia e outros armamentos, já totaliza 5.000 desde o verão.

O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un e o líder russo, Vladimir Putin, realizaram uma reunião de cúpula no cosmódromo russo de Vostochny em setembro, na qual concordaram em expandir a cooperação militar e que atestou a recente aproximação entre os dois países.

Acredita-se que a reunião tenha consolidado o apoio logístico de Pyongyang à campanha de Moscou na Ucrânia, em troca de algum apoio militar e tecnologia para o regime de Kim.

A expectativa é que Seul e Washington voltem a falar sobre essas trocas, que proíbem as sanções da ONU contra a Coreia do Norte, na reunião do Conselho de Segurança da ONU da próxima terça-feira.