Rússia nega que equipamento militar que Equador quer entregar aos EUA seja “sucata”

Por Agência de Notícias
13/02/2024 14:33 Atualizado: 13/02/2024 14:33

A Rússia negou nesta terça-feira que seja “sucata” o equipamento militar soviético que o Equador pretende entregar aos Estados Unidos para ser levado para a Ucrânia.

“As recentes declarações das autoridades americanas sobre sua intenção de enviar para o regime de Kiev equipamentos militares russos, que Quito vai trocar por novos equipamentos americanos, só provam que essas armas não são ‘sucata'”, declarou o Serviço Federal Russo para a Cooperação Técnico-Militar, segundo a agência de notícias russa “TASS”.

De acordo com a fonte, a Rússia propôs ao Equador opções de cooperação para manter as armas e outros equipamentos em boas condições, mas não recebeu nenhuma resposta de Quito.

O serviço de cooperação da Rússia também insistiu que a decisão de trocar o equipamento russo por armas americanas era “ilegal”.

“A transferência de equipamentos militares de fabricação russa (soviética), anteriormente fornecidos à República do Equador, sem a permissão por escrito do lado russo é ilegal”, disse a fonte em comunicado.

O governo dos EUA confirmou na semana passada que o equipamento militar, que faz parte de um acordo de renovação de equipamentos, será usado para apoiar a Ucrânia em sua guerra contra a Rússia.

“Trata-se de um acordo para enviar equipamentos para o governo ucraniano que está lutando contra a invasão russa de seu território”, disse Kevin Sullivan, vice-secretário adjunto do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA.

Em entrevista ao canal de televisão “Teleamazonas”, Sullivan disse que a troca de equipamentos militares é “uma decisão do governo do Equador, com a qual os EUA estão muito satisfeitos por apoiarem a Ucrânia em seu esforço para defender seu território”.

A ministra de Relações Exteriores e Mobilidade Humana do Equador, Gabriela Sommerfeld, afirmou no dia 24 de janeiro que essa troca já estava em andamento e que “não viola nenhum regulamento, não é ilegal, porque esse equipamento não está operacional e, se não estiver operacional, o Equador pode dar baixa, vendê-lo, doá-lo ou trocá-lo”.

Dias antes, o presidente do Equador, Daniel Noboa, descreveu o equipamento como “sucata”, razão pela qual seu país receberá um novo equipamento no valor de cerca de US$ 200 milhões dos EUA.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que a decisão do governo de Noboa prejudicaria as relações entre Rússia e Equador, ao mesmo tempo que Moscou suspendeu as importações de banana de várias empresas do país por motivos fitossanitários.