Protestos contra mobilização decretada por Putin são convocados para sábado

Por EFE
22/09/2022 11:57 Atualizado: 22/09/2022 14:34

O movimento pacifista Vesná (Primavera, em russo) convocou nesta quinta-feira(22) para daqui dois dias um novo protesto nacional contra a mobilização parcial decretada ontem pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin.

“A mobilização já transcorre ativamente por todo o país. Logo, milhares de nossos homens serão enviados ao front. Podemos e devemos nos posicionarmos contra isso”, indica o grupo, que já havia liderado uma primeira jornada de manifestações, ontem.

Nas manifestações desta quarta-feira, 1.320 pessoas foram presas nas principais cidades russas. Foram os maiores atos desde o início da invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro.

“O objetivo final não é protestar por protestar, mas sim a vitória contra o regime de Putin. Ontem, vimos que havia menos policiais do que o de hábito, e que estavam pior organizados”, indicou o movimento.

A convocação de hoje feita pelo Vesná faz um apelo para que ainda mais pessoas saíam às ruas neste sábado.

Para evitar a repressão, o grupo só anunciará na última hora o local de realização dos protestos. Foi recomendado que os participantes não reajam à violência das forças de segurança.

Segundo informou hoje a ONG OVD-Info, alguns dos presos receberam notificações para que se dirijam imediatamente aos escritórios de recrutamento militar na Rússia.

A imprensa local relatou que muitos russos estão tentando sair do país para evitar serem convocados para alistamento, o que fez com que passagens para alguns destinos estejam esgotadas.

Foram publicadas imagens de longas filas em postos fronteiriços, o que levou a alguns países europeus a divulgarem que não pretendem dar asilo para russos que não desejam se alistar.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, garantiu que as cenas exibidas são “muito exageradas”, assim como informações de grande movimentação em aeroportos.

 

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