Presidente da Colômbia diz que Maduro é “Milosevic” da América Latina

20/11/2020 10:53 Atualizado: 20/11/2020 10:53

Por Agência EFE

O presidente da Colômbia, Iván Duque, disse nesta quinta-feira (19) que o mandatário da Venezuela, Nicolás Maduro, é o “Slobodan Milosevic” da América Latina, em referência ao autoritário político, falecido em 2006, que comandou a antiga Iugoslávia e também a Sérvia.

“É a ditadura mais brutal que vimos nos últimos tempos na América Latina e não me deixa tímido ter que dizer que Maduro pode ser comparado a Slobodan Milosevic (1941-2006)”, disse Duque em uma palestra virtual organizada pelo Centro Interamericano de Estudos do Diálogo, com sede em Washington (EUA).

“As evidências mostram que ele (Maduro) tem uma atitude contínua de violação de todas as formas de direitos humanos”, acrescentou.

O presidente colombiano, que denunciou Maduro perante o Tribunal Penal Internacional (TPI) antes de tomar posse de seu cargo e também depois, considerou que é uma obrigação de exercer “todas as pressões necessárias para acabar com esta ditadura” e classificou como “brutais” os efeitos da crise humanitária provocada pelo governo venezuelano.

“Quando pensamos que a crise migratória mais importante foi a Síria, bem, neste ano ficaríamos surpresos em ver a Venezuela”, disse.

“Na Síria, os dados indicavam mais de 5 milhões de migrantes como resultado da crise; neste caso, até o final deste ano, estamos falando de mais de 6 milhões (de venezuelanos), e a Colômbia absorveu quase 2 milhões de migrantes”, acrescentou Duque

Nesse contexto, o político estimou que seu país destinou “quase US$ 1 bilhão” de seu orçamento anual a esse tema.

“Mesmo comparando com o que aconteceu na Síria, a proporção de ajuda internacional por migrante naquele caso se aproxima de US$ 2.000; no caso da Venezuela, não chega a US$ 200”, ressaltou Duque.

O presidente colombiano, que se tornou um dos aliados mais ferrenhos do governo de Donald Trump contra Caracas, argumentou ainda que a Venezuela precisa “se livrar da ditadura, formar um governo de coalizão nacional com os chavistas e com os líderes da resistência, convocar eleições livres e colocar em prática um plano de recuperação”.

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