Pompeo acredita que regime de Maduro agora atua como ‘cartel’

Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a ACNUR, mais de quatro milhões de venezuelanos deixaram seu país por causa da crise, e destes, mais de 1,6 milhão se estabeleceram na Colômbia

20/01/2020 21:19 Atualizado: 20/01/2020 21:19

Por Epoch Times

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, disse nesta segunda-feira (20) em Bogotá que Nicolás Maduro “ampliou seu regime terrorista” ao se aliar a organizações terroristas na Venezuela, razão pela qual agora o regime opera como “um cartel”.

Pompeo, que participa na capital colombiana da III Conferência Ministerial Hemisférica de Combate ao Terrorismo, disse que “Maduro está realizando atividades que custaram (muito) a milhões de pessoas que tiveram que deixar a Venezuela”.

“Ele destruiu vidas, famílias, e adicionou ao seu regime terrorista o trabalho com organizações terroristas em seu país; agora ele lidera uma operação que parece mais um cartel do que qualquer outra coisa”, afirmou ele em entrevista coletiva conjunta com o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó.

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O secretário de Estado se referiu a grupos colombianos como os guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN), os dissidentes das FARC e a organização xiita libanesa Hezbollah que, segundo ele, têm alianças com o regime de Maduro.

“Isso não é bom para a Venezuela, para os países próximos à Venezuela, como Colômbia, Equador, e todos os países da região, como Brasil e Peru. As pessoas tiveram que fugir para esses países”, disse ele.

Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a ACNUR, mais de quatro milhões de venezuelanos deixaram seu país por causa da crise, e destes, mais de 1,6 milhão se estabeleceram na Colômbia.

O Peru, que abriga 768 mil venezuelanos; Chile (288 mil), Equador (263 mil), Brasil (168 mil) e Argentina (130 mil) são outros destinos escolhidos na região pelos venezuelanos que fogem da crise política, social e econômica de seu país.

Por isso, Pompeo disse que os Estados Unidos continuarão trabalhando com Guaidó, reconhecido como presidente encarregado da nação petroleira por mais de 50 países, para “trazer democracia” à Venezuela.

“Para o povo venezuelano (eu digo), quero que vocês saibam que Guaidó é um grande líder que quer conduzir o país na direção certa, na direção da liberdade e da democracia, a fim de recuperar a prosperidade econômica”, afirmou.

Nesse sentido, Pompeo lembrou que em todo o mundo, na “América Latina, Europa e América do Norte”, todos apoiam Guaidó, que chegou no domingo de surpresa em Bogotá para participar da Conferência contra o Terrorismo.

É a segunda vez que Guaidó desafia o regime de Maduro e sai da Venezuela para visitar a Colômbia.

A primeira vez foi em 22 de fevereiro do ano passado, quando ele chegou à cidade colombiana de Cúcuta, capital do departamento de Norte de Santander e fronteira com a Venezuela, de onde liderou, no dia seguinte, uma tentativa fracassada de entrar em seu país com uma caravana de ajuda humanitária.