A Assembleia Geral da ONU aprovou, na terça-feira (3), uma resolução que convoca uma cúpula internacional para discutir a criação de um Estado palestino.
O encontro, agendado para os dias 2 a 4 de julho de 2025, em Nova York, tem como objetivo avançar na solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina.
A resolução foi aprovada por 157 votos a favor, incluindo o Brasil, enquanto os Estados Unidos, Israel e outros seis países se posicionaram contra.
Sete nações se abstiveram da votação. O texto, que reafirma o direito dos palestinos à autodeterminação, também apoia um cessar-fogo abrangente em Gaza e no Líbano.
“Afirmando o direito palestino da autodeterminação, reiteramos nosso compromisso inabalável com uma solução de dois Estados em que Israel e um Estado palestino convivam lado a lado em paz, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas, consistentes com a lei internacional e resoluções relevantes da ONU”, diz o documento aprovado.
Uma proposta de difícil implementação
Embora seja apresentada como uma proposta pela paz no Oriente Médio, a resolução exige que Israel se retire dos territórios ocupados desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, projetada no documento como a capital de um futuro Estado palestino.
No entanto, a proposta não considera adequadamente a segurança de Israel, que enfrenta constantes ameaças de grupos extremistas.
Além disso, a divisão dos territórios e a contínua expansão dos assentamentos israelenses tornam a implementação do plano uma tarefa complexa, colocando em risco a estabilidade de Israel e sua capacidade de se proteger.
A posição dos países envolvidos
Entre os países que votaram contra a resolução estão os Estados Unidos, Israel, Argentina, Hungria e os Estados Federados da Micronésia.
Já os países que se abstiveram incluem Camarões, República Checa, Equador, Geórgia, Paraguai, Ucrânia e Uruguai.
Netanyahu e a guerra contra o Hezbollah
Enquanto a criação de um Estado palestino segue em debate, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fez uma declaração importante sobre o cessar-fogo com o Líbano, vigente desde 27 de novembro.
Netanyahu alertou, na terça-feira (3), que o cessar-fogo com o grupo terrorista Hezbollah não significa o fim da guerra e que o objetivo de Israel é reconstruir o norte do país e permitir o retorno de mais de 60.000 evacuados.
“Ressalto que estamos atualmente em um cessar-fogo. Um cessar-fogo, não o fim da guerra. Temos um objetivo claro: devolver os residentes e reabilitar o norte. Estamos aplicando este cessar-fogo com mão de ferro, agindo contra qualquer violação, seja ela menor ou grave”, disse Netanyahu na cidade israelense de Nahariya.