ONU aprova cúpula para criar Estado palestino com oposição dos EUA

Por Redação Epoch Times Brasil
04/12/2024 21:08 Atualizado: 04/12/2024 21:08

A Assembleia Geral da ONU aprovou, na terça-feira (3), uma resolução que convoca uma cúpula internacional para discutir a criação de um Estado palestino. 

O encontro, agendado para os dias 2 a 4 de julho de 2025, em Nova York, tem como objetivo avançar na solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina.

A resolução foi aprovada por 157 votos a favor, incluindo o Brasil, enquanto os Estados Unidos, Israel e outros seis países se posicionaram contra. 

Sete nações se abstiveram da votação. O texto, que reafirma o direito dos palestinos à autodeterminação, também apoia um cessar-fogo abrangente em Gaza e no Líbano.

“Afirmando o direito palestino da autodeterminação, reiteramos nosso compromisso inabalável com uma solução de dois Estados em que Israel e um Estado palestino convivam lado a lado em paz, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas, consistentes com a lei internacional e resoluções relevantes da ONU”, diz o documento aprovado.

Uma proposta de difícil implementação

Embora seja apresentada como uma proposta pela paz no Oriente Médio, a resolução exige que Israel se retire dos territórios ocupados desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, projetada no documento como a capital de um futuro Estado palestino. 

No entanto, a proposta não considera adequadamente a segurança de Israel, que enfrenta constantes ameaças de grupos extremistas. 

Além disso, a divisão dos territórios e a contínua expansão dos assentamentos israelenses tornam a implementação do plano uma tarefa complexa, colocando em risco a estabilidade de Israel e sua capacidade de se proteger.

A posição dos países envolvidos

Entre os países que votaram contra a resolução estão os Estados Unidos, Israel, Argentina, Hungria e os Estados Federados da Micronésia. 

Já os países que se abstiveram incluem Camarões, República Checa, Equador, Geórgia, Paraguai, Ucrânia e Uruguai.

Netanyahu e a guerra contra o Hezbollah

Enquanto a criação de um Estado palestino segue em debate, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fez uma declaração importante sobre o cessar-fogo com o Líbano, vigente desde 27 de novembro. 

Netanyahu alertou, na terça-feira (3), que o cessar-fogo com o grupo terrorista Hezbollah não significa o fim da guerra e que o objetivo de Israel é reconstruir o norte do país e permitir o retorno de mais de 60.000 evacuados.

“Ressalto que estamos atualmente em um cessar-fogo. Um cessar-fogo, não o fim da guerra. Temos um objetivo claro: devolver os residentes e reabilitar o norte. Estamos aplicando este cessar-fogo com mão de ferro, agindo contra qualquer violação, seja ela menor ou grave”, disse Netanyahu na cidade israelense de Nahariya.