Ministro de Israel pede suspensão de toda ajuda a Gaza após morte de centenas de pessoas

Por Agência de Notícias
01/03/2024 09:03 Atualizado: 01/03/2024 09:03

O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, pediu nesta quinta-feira a suspensão da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza por “colocar em perigo” a vida dos soldados, depois de um incidente na manhã de hoje no qual morreram mais de 100 palestinos, segundo fontes de saúde do enclave.

“Hoje ficou demonstrado que a transferência de ajuda humanitária para Gaza não só é uma loucura enquanto os nossos sequestrados são mantidos na Faixa em condições precárias, mas também põe em perigo os soldados”, escreveu Ben Gvir na rede social X.

“Esta é outra razão clara pela qual devemos parar de transferir esta ajuda, que na verdade é uma ajuda que prejudica os soldados e dá oxigênio ao Hamas”, acrescentou o ministro.

Pelo menos 109 pessoas morreram e outros 760 ficaram feridas nas primeiras horas da manhã de hoje na Faixa de Gaza, enquanto aguardavam a chegada da ajuda humanitária transportada por um comboio de 32 caminhões, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, após terem sido atacados por tropas israelenses, o que pode ter causado uma debandada.

Por sua vez, o Exército israelense disse hoje à imprensa que estes foram dois incidentes distintos e que no primeiro deles não houve fogo israelense, mas sim uma multidão faminta saqueando e cercando os caminhões que transportavam ajuda, fazendo-os recuar.

A maioria das vítimas ocorreu neste incidente com os caminhões, segundo garantiu o porta-voz militar Peter Lerner em videoconferência.

“Muitos foram atropelados e esmagados até a morte”, afirmou, negando a participação das forças militares.

Em um segundo incidente, poucos metros mais ao norte da rodovia que liga o sul ao norte de Gaza, e uma vez que os caminhões já haviam se afastado, segundo Lerner, um grupo indeterminado de moradores de Gaza teria sido baleado por soldados, que os consideraram uma “ameaça em uma zona de guerra”.

“Foi uma resposta limitada, fogo limitado”, disse Lerner, mas sem fazer qualquer estimativa do número de feridos ou mortos.

O gabinete de comunicação social do governo de Gaza, controlado pelo Hamas, informou inicialmente que o ataque matou 70 pessoas na rua Al Rashid, no sudeste da Cidade de Gaza; um número que já aumentou para 109, segundo o Ministério da Saúde do enclave.

“O ataque foi premeditado e intencional, no contexto do genocídio e da limpeza étnica do povo da Faixa de Gaza. O Exército de ocupação sabia que estas vítimas tinham vindo para esta área para obter alimentos e ajuda, mas matou-as a sangue frio”, denunciou o governo de Gaza em comunicado.