Juiz determina 7 dias de detenção preliminar contra Pedro Castillo após solicitação de asilo ao México

Por agência efe e renato pernambucano
09/12/2022 15:35 Atualizado: 09/12/2022 15:35

O juiz Juan Carlos Checkley, presidente do Tribunal de Investigação Preparatória da Suprema Corte de Justiça do Peru, ordenou nesta quinta-feira (08), sete dias de detenção preliminar para o agora ex-presidente do país, Pedro Castillo, deposto ontem e que é acusado cometer o crime de rebelião ao anunciar a dissolução do Congresso e o estabelecimento de um governo de emergência.

Checkley avaliou em audiência virtual o pedido do procurador que pedia essa medida contra o ex-presidente, que desde ontem está detido em Lima no mesmo presídio onde o ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000) cumpre uma pena de 25 anos de prisão.

Durante audiência com o juiz, o subprocurador Marco Huamán garantiu que “é evidente a alta probabilidade de fuga de Castillo”, devido à intenção declarada pelo próprio político de pedir asilo na Embaixada do México, algo confirmado pelo presidente daquele país, Andrés Manuel López Obrador.

A audiência também contou com a presença de Castillo por teleconferência. Ele estava acompanhado por seu advogado Víctor Pérez e seu ex-primeiro ministro Aníbal Torres, que também o defende.

No final da audiência, Checkley deu a palavra ao ex-presidente, mas ele se limitou a dizer “isso é tudo”, em referência ao que seus advogados haviam dito.

Torres garantiu que durante a detenção de Castillo “nenhum meio coercitivo” foi utilizado, mas insistiu que neste processo “o princípio da legalidade está sendo flagrantemente violado”.

O Ministério Público anunciou ainda ontem o início do processo preliminar contra Castillo por rebelião e conspiração. O ex-presidente foi detido na Prefeitura de Lima por suposta “quebra da ordem constitucional” poucas horas após ordenar o fechamento temporário do Congresso e o estabelecimento de um governo de emergência nacional.

Esta ordem foi interpretada por opositores e até por membros do governo como uma tentativa de golpe de Estado.

A medida não foi endossada pela maioria dos atuais ex-membros de seu governo, nem pelas Forças Armadas, Polícia Nacional, Tribunal Constitucional ou pela Justiça.

Horas depois, o Congresso debateu um terceiro pedido de destituição de Castillo por “permanente incapacidade moral” de exercer a presidência, e a cassação foi aprovada por 101 dos 130 legisladores.

Pedido de asilo ao governo mexicano

O ex-presidente peruano Pedro Castillo, ratificou ao embaixador mexicano no Peru, Pablo Monroy, a solicitação de asilo ao governo do México.

A informação foi divulgada pelo ministro das Relações Exteriores mexicano, Marcelo Ebrard, em mensagem no Twitter, na qual acrescentou que o México iniciou conversas com as autoridades peruanas para realizar os procedimentos de asilo.

“O embaixador Pablo Monroy me informa de Lima que pôde se encontrar com Pedro Castillo no Centro Penitenciário. Ele o encontrou fisicamente bem e na companhia do seu advogado. Procedemos ao início de consultas com as autoridades peruanas”, escreveu Ebrard.

López Obrador revelou nesta quinta-feira, em entrevista coletiva matinal, que Castillo telefonou para pedir asilo na Embaixada do México no país andino.

“Ele falou aqui com o gabinete para me informar que ia até a embaixada, que pediria asilo e para que abrissem a porta da embaixada, mas certamente já tinham grampeado o telefone”, disse López Obrador.

O mandatário mexiano disse que instruiu Ebrard a falar com o embaixador mexicano no Peru e abrir a porta para Castillo para pedir asilo.

“Mas pouco tempo depois, assumiram a embaixada com a polícia e cidadãos, cercaram a embaixada. E ele nem conseguia sair, foi detido imediatamente”, relatou.

Além disso, López Obrador atrasou o reconhecimento de Boluarte, após a destituição de Castillo na quarta-feira. O presidente mexicano respondeu que “não sabe” se as boas relações com o novo governo peruano vão continuar, mas excluiu uma ruptura.

“Não sabemos (como serão as relações), mas vamos esperar alguns dias, penso que é a coisa mais apropriada a fazer, não é nosso propósito intervir nos assuntos internos. Lamentamos muito, sim, que estas coisas aconteçam”, opinou.

 

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