Inteligência da Austrália denuncia espionagem estrangeira “sem precedentes”

Por Agência de Notícias
22/02/2023 15:32 Atualizado: 22/02/2023 15:32

O serviço de inteligência da Austrália afirma que o país enfrenta problemas “sem precedentes” de espionagem e interferência estrangeira, sem especificar de que países, em um contexto de concorrência crescente com a China na região estratégica e de conflito do Indo-Pacífico.

O diretor-geral da Organização Australiana de Segurança e Inteligência (ASIO), Mike Burgess, afirmou em discurso nesta noite que “múltiplas nações” e “sofisticados adversários estrangeiros” estão por trás destas atividades.

“Mais australianos estão sendo submetidos à espionagem e interferência estrangeiras do que em qualquer outro momento da história. Mais serviços de inteligência estrangeiros hostis, mais espiões, mais alvos, mais danos, mais investigações ASIO”, comentou Burgess, citando militares veteranos, juízes e jornalistas como alguns dos alvos.

Burgess observou que, como resultado das investigações da ASIO, a agência detectou e desmantelou uma grande rede de espionagem, sem dar mais detalhes.

Além disso, a ASIO identificou “múltiplos” espiões de “múltiplos” países, entre outras operações no ano passado.

O chefe dos serviços secretos também disse que a sua agência frustrou tentativas dos serviços secretos de dois países, que não identificou, de atacar fisicamente dois residentes australianos que eram críticos em relação aos seus regimes.

Na semana passada, no entanto, a ministra australiana do Interior, Claire O’Neil, acusou publicamente o Irã de espionagem a um ativista contra o Irã que vivia na Austrália.

Nos últimos anos, o governo australiano aprovou várias leis para bloquear a suposta interferência estrangeira na política e economia do país, e acusa a China de estar por trás de ataques cibernéticos a universidades e agências governamentais, além de ser suspeita de financiar alguns políticos.

Desde que chegou ao poder, em maio de 2022, o primeiro-ministro Anthony Albanese, tem procurado aproximar-se de Pequim, o seu principal parceiro comercial, e resolver as muitas diferenças entre as duas nações, enquanto Camberra procura manter a sua influência nos países das ilhas do Pacífico, aliados de longa data da Austrália, diante do impulso de Pequim na região estratégica Indo-Pacífico.

A fim de combater a influência da China, a Austrália assinou o pacto de defesa AUKUS com os Estados Unidos e o Reino Unido em setembro de 2021, que inclui a aquisição de submarinos nucleares por Camberra.

 

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