Hamas nega que funcionários de agência da ONU colabore com o grupo

Por Agência de Notícias
29/01/2024 08:31 Atualizado: 29/01/2024 08:31

O Hamas negou, neste sábado (27), que membros da ONU colaborem com suas ações, após Israel ter acusado a Organização Mundial da Saúde (OMS) de se alinhar com o grupo terrorista islâmico e a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês) de contar com funcionários que participaram no massacre de 7 de outubro.

“Condenamos veementemente a campanha de incitamento lançada pela entidade criminosa sionista contra instituições internacionais que contribuem para o alívio do nosso povo, que está sendo submetido ao genocídio nazista”, afirmou o Hamas em um comunicado.

O grupo terrorista fez referência a uma “infundada acusação” por parte de Israel “contra a Organização Mundial da Saúde sobre um suposto ‘conluio’ com o movimento Hamas”, bem como ao “incitamento contra a UNRWA com o objetivo de cortar seu financiamento e privar o povo palestino de seu direito aos serviços destas agências internacionais”, continuou.

O embaixador israelense na ONU, Meirav Eilon Shahar, acusou ontem a OMS de se alinhar com o Hamas e de virar as costas aos reféns mantidos em cativeiro pelo grupo islâmico.

O diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, rejeitou sua posição, argumentando que “essas falsas acusações são prejudiciais e podem prejudicar o pessoal (em Gaza), que arrisca suas vidas para servir os mais vulneráveis”.

Por outro lado, Israel acusa uma dezena de trabalhadores da UNRWA de terem participado no ataque perpetrado pelo Hamas em 7 de outubro, quando eclodiu a guerra, e que deixou cerca de 1,2 mil mortos e 250 raptados.

Isto fez com que a UNRWA demitisse ontem o pessoal designado e iniciasse uma investigação.

Embora a investigação não tenha sido desenvolvida, os Estados Unidos – principal parceiro de Israel -, Canadá, Itália e Austrália suspenderam o financiamento à UNRWA, instituição fundamental para a sobrevivência dos mais de 1,9 milhão de deslocados que deixaram a guerra na Faixa de Gaza, no meio de uma crise humanitária sem precedentes.

“Apelamos às Nações Unidas e às instituições internacionais para que não cedam às ameaças e à chantagem desta entidade nazista rebelde, que procura cortar todos os meios de subsistência do nosso povo”, afirmou o Hamas em seu comunicado.

O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, afirmou hoje que a UNRWA “obstrui a paz e serve como braço civil do Hamas em Gaza”, e defendeu que a organização não faça parte da operação na Faixa quando a guerra terminar.