França rejeita acordo UE-Mercosul, mas não quer romper com bloco sul-americano

Por Agência de Notícias
01/02/2024 14:08 Atualizado: 01/02/2024 14:08

O governo do presidente da França, Emmanuel Macron, não vai aceitar o atual acordo comercial entre a União Europeia e Mercosul em nome da “exceção agrícola francesa”, mas não quer romper pontes com o bloco sul-americano.

Da mesma forma, os empregadores franceses pedem tempo para resolver pontos de conflito e aumentar as trocas.

A porta-voz do governo francês, Prisca Thevenot, destacou nesta quinta-feira que a defesa da “exceção agrícola francesa” significa que “não podemos aceitar que nos imponham normas” que não respeitem as regras ambientais ou sanitárias que os agricultores têm de aplicar na França.

Em uma entrevista à emissora francesa “Sud Radio”, Thevenot insistiu que o acordo UE-Mercosul “não permite garantir tudo isso” e por isso o presidente se manifestou “claramente” aos restantes líderes europeus sobre sua posição.

“Não há dúvidas sobre a vontade do presidente da República em continuar defendendo a exceção francesa”, disse, após pontuar que não está dando uma recusa categórica ao Mercosul porque “precisamos de parceiros estratégicos”.

Precisamente, o presidente da associação patronal francesa Medef, Patrick Martin, embora tenha se mostrado compreensivo com as razões para proteger os agricultores do acordo UE-Mercosul, disse que é necessário ser “muito prudente” e não nos fechar ao bloco sul-americano.
“Devemos ter tempo e verificar se os quatro países sul-americanos envolvidos (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai) respeitam os padrões ambientais e sociais mínimos”, disse Martin em entrevista ao canal “France 2”.

O chefe do Movimento Empresarial Francês (Medef) destacou que 20% dos empregos em França dependem de suas exportações e que se as portas às importações forem fechadas, os países de onde provêm estes produtos fecharão suas portas aos produtos franceses.

Na sua opinião, as trocas internacionais devem ser intensificadas e em particular com a América do Sul “quando chegar o momento”, tendo em conta que os Estados Unidos “estão se tornando muito agressivos no campo econômico” e China.