Exilados pedem aos EUA que não sejam cúmplices da ‘tirania venezuelana’

Ação veio mediante a uma possível retomada do comércio de petróleo entre a Venezuela e os EUA

18/04/2022 16:41 Atualizado: 18/04/2022 16:41

Por Agência EFE 

Um grupo de exilados se dirigiu ao presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, para pedir-lhe que a Administração Federal daquele país não se torne “cúmplice dos crimes” da “tirania venezuelana”, e que permaneça e fortaleça as sanções internacionais contra os responsáveis.

Em uma carta pública divulgada nesta segunda-feira, chefiada pelo ex-prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, exilado na Espanha, há alusões sobre a uma possível retomada do comércio de petróleo entre a Venezuela e os EUA devido à crise energética causada pela guerra na Ucrânia.

Os 68 signatários estão preocupados com os riscos de que as instituições norte-americanas acabem “consertando um dos regimes mais criminosos que a história da humanidade conheceu”, e se referem aos “tiranos” venezuelanos Hugo Chávez (já falecido), que governou entre 1999 e 2013, e o atual governante, Nicolás Maduro.

O “regime” venezuelano, eles argumentam, está “em conluio com o eixo russo, cubano e iraniano e em conluio com cartéis de drogas e grupos narcoguerrilheiros”. A Venezuela não é mais um estado de direito, dizem eles, “mas um narco-Estado, portanto falido e fora da lei ao mesmo tempo”.

Nessas circunstâncias, explicam, “as necessidades circunstanciais de certos fatores buscam transformar as instituições americanas em acobertamentos para o assassinato a sangue frio de centenas de cidadãos”, por isso pedem a Biden que não permita que seu país se torne “cúmplice desses crimes”.

Também rechaçou o relaxamento das sanções internacionais impostas aos dirigentes venezuelanos, pois são um mecanismo “pertinente” e, graças a elas, “limitou-se a capacidade de financiamento” do “regime madurista”.

Eles consideram que a pobreza e a emigração em massa dos venezuelanos não se devem a essas sanções, mas ao “roubo” de dinheiro destinado a melhorar o sistema elétrico, hospitais, aquedutos, vias de comunicação, escolas e universidades. “O roubo foi enorme, está confirmado que ultrapassa os 600.000 milhões de dólares”, segundo a carta.

Por tudo isso, os signatários pedem que “se mantenham e aprofundem as sanções personalizadas contra os predadores do patrimônio público e contra os responsáveis ​​por crimes contra a humanidade na Venezuela, ainda mais agora que a União Europeia e os Estados Unidos as promovem contra o massacre executado pelo (presidente russo) Vladimir Putin contra o povo ucraniano”.

Da mesma forma, defendem a manutenção do cerco ao narcotráfico e seus patrões na Venezuela; que continuem os julgamentos contra os responsáveis ​​por “golpes inusitados” (citam o empresário Alex Saab, extraditado de Cabo Verde para os EUA acusado de branqueamento de capitais); apoiar a investigação do Tribunal Penal Internacional sobre possíveis crimes contra a humanidade; e exigir a libertação de “presos políticos” civis e militares.

Entre os signatários estão a ex-deputada María Corina Machado, o editor Miguel Otero, o ex-chanceler Humberto Calderón, vários ex-ministros, como Carlos Blanco e Virginia Olivo, e o presidente da Associação de Salva-vidas da Venezuela, William Cárdenas.

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