EUA lança maior onda de sanções contra Rússia para minar sua infraestrutura financeira

Por Agência de Notícias
23/02/2024 19:30 Atualizado: 23/02/2024 19:30

Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira sanções contra 500 empresas e indivíduos com o objetivo principal de minar a infraestrutura financeira do regime de Vladimir Putin, incluindo mais de 20 empresas estrangeiras que ajudam a Rússia a escapar das sanções.

Trata-se do maior número de sanções impostas desde a invasão da Ucrânia pela Rússia e coincide com o segundo aniversário do início da guerra.

O Departamento do Tesouro sanciona cerca de 300 pessoas e entidades, enquanto o Departamento do Comércio acrescenta 90 empresas à bateria de sanções e o Departamento de Estado assinala mais de 250 entidades e indivíduos.

O Gabinete de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro explicou que as sanções visam atingir a infraestrutura financeira central da Rússia e que para este efeito é sancionado o operador do Sistema Nacional de Pagamentos Mir, bem como bancos, empresas de investimento e de tecnologia financeira.

Entre os sancionados está a Sociedade Anônima do Sistema Nacional de Cartões de Pagamento (NSPK), que é a operadora estatal do Sistema Nacional de Pagamentos Mir da Rússia, uma entidade de propriedade do Banco Central da Rússia que “desempenha um papel fundamental para facilitar transações financeiras tanto internas como externas da Rússia”.

Com a intenção de “negar à Rússia os recursos necessários para apoiar sua guerra brutal contra a Ucrânia”, segundo o Tesouro dos EUA, as sanções incluem mais de duas dúzias de evasores de sanções a terceiros países na Europa, Ásia e Oriente Médio, como China, Sérvia, Alemanha e Liechtenstein.

“Estas empresas têm a opção de fazer negócios com o complexo industrial militar da Rússia ou com países que representam mais de 50% da economia mundial”, disse hoje em Nova Iorque o subsecretário do Tesouro americano, Wally Adeyemo.

O OFAC, segundo advertiu, continuará a impor sanções a indivíduos, “onde quer que estejam localizados, que permitam à Rússia reconectar-se aos mercados financeiros globais usando canais ilícitos”.

Em um comunicado, o Tesouro também alertou que os Estados Unidos tentarão endurecer o atual “limite de preços” ao petróleo russo, que exige que os compradores adquiram petróleo russo a uma taxa de desconto, sob a ameaça de sanções financeiras para aqueles que o evitarem.

Além do financeiro, foram sancionadas empresas de outros setores que vão desde logística, tecnologia, defesa ou mesmo exportação de diamantes.

Entre elas empresas que facilitam, organizam, participam e apoiam a transferência de tecnologia e equipamentos críticos para a base militar-industrial da Rússia.

“As ações do Tesouro, juntamente com as dos seus parceiros em todo o mundo, estão restringindo a capacidade da Rússia de gerar as receitas necessárias para financiar sua guerra e perturbando os esforços do Kremlin para construir uma economia em tempo de guerra”, destacou o comunicado.

Além disso, o Departamento de Estado dos EUA também está tomando medidas para impor restrições de vistos às supostas autoridades instaladas pela Rússia envolvidas na transferência, deportação e confinamento de crianças da Ucrânia.

As sanções de Washington são anunciadas depois de a União Europeia (UE) ter alcançado esta semana um acordo político para impor uma nova rodada de sanções contra a Rússia, a 13ª desde a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.