Comitê da Câmara de seis de janeiro vota para considerar Bannon por desacato

Bannon desempenhou um papel importante na campanha do ex-presidente Donald Trump em 2016 e ocupou um cargo como conselheiro da Casa Branca antes de partir para dirigir um popular podcast conservador

01/11/2021 23:22 Atualizado: 01/11/2021 23:23

Por Ivan Pentchoukov

O comitê da Câmara dos Representantes liderado pelos democratas, que está investigando a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro, votou na terça-feira para manter o apresentador de podcast conservador, Steve Bannon, em desacato ao Congresso por contestar uma intimação para documentos e depoimentos.

A resolução agora vai ser aprovada pela Câmara dos Representantes, onde, apesar dos democratas terem uma breve maioria, a medida será provavelmente aprovada. Se a Câmara aprovar a resolução de desacato, o Departamento de Justiça decidirá se deve apresentar queixa.

Bannon desempenhou um papel importante na campanha do ex-presidente Donald Trump em 2016 e ocupou um cargo como conselheiro da Casa Branca antes de partir para dirigir um popular podcast conservador. Ele não respondeu a um pedido de comentário sobre o voto de desacato.

A resolução de desacato argumenta que Bannon não tem capacidade legal para contestar a intimação para testemunhar. Por sua vez, o advogado de Trump sustenta que Bannon não deve cumprir porque as informações solicitadas estão protegidas pelo privilégio executivo do ex-presidente.

A comissão diz que quer os documentos e testemunhos de Bannon, já que ele esteve em contato com Trump antes do incidente de 6 de janeiro, porque ele tentou fazer com que Trump se concentrasse na certificação dos resultados eleitorais pelo Congresso, e porque em 5 de janeiro ele disse que “todo o inferno vai desabar” no dia seguinte.

Bannon “parece ter desempenhado vários papéis relevantes para esta investigação, incluindo seu papel na construção e participação na iniciativa de relações públicas ‘stop the steal’ (parar o roubo) que motivou o ataque” e “seus esforços para planejar atividades políticas e outras antes de 6 de janeiro”, alegou o comitê na resolução.

Antes que o desacato fosse votado na terça-feira, Trump abriu um processo para bloquear o Comitê de 6 de janeiro a obter registros da Casa Branca.

O presidente Joe Biden disse sim na semana passada quando questionado se o Departamento de Justiça deveria ir atrás daqueles que contestam as intimações do comitê. O Departamento de Justiça respondeu dizendo que tomará suas próprias decisões.

Bannon disse que precisa de uma ordem judicial antes de entregar uma intimação. Por outro lado, o ex-chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, e o ex-conselheiro da Casa Branca e do Pentágono, Kashyap Patel, também mencionado, estariam em negociações com o comitê. O painel também citou mais de uma dúzia de pessoas que ajudaram a planejar os comícios de Trump antes de 6 de janeiro e algumas delas já estão entregando documentos e prestando depoimentos.

O Senado, de maioria republicana, inocentou Trump das acusações de impeachment ligadas aos eventos de 6 de janeiro.

Com informações da Associated Press.

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