“Comida dos argentinos não está sob discussão”, diz governo sobre abastecimento alimentar

Por Agência de Notícias
05/02/2024 17:01 Atualizado: 05/02/2024 17:01

O porta-voz do governo da Argentina, Manuel Adorni, afirmou nesta segunda-feira que “a alimentação dos argentinos não está em discussão” e que “os alimentos não são uma variável de ajuste”, após pedido da Conferência Episcopal Argentina para que o governo mantenha sua participação nos refeitórios sociais.

Relativamente à crise no fornecimento de ajuda alimentar que afeta as cozinhas comunitárias, a instituição religiosa exigiu hoje em comunicado ao governo de Javier Milei que continue “prestando assistência alimentar” às cozinhas comunitárias.

“Concordamos (com a Conferência Episcopal): a alimentação dos argentinos não está em discussão”, reafirmou o porta-voz.

As declarações da Igreja Católica argentina ocorrem pouco antes de Milei iniciar sua segunda viagem internacional como presidente, na qual passará por Israel, Itália e Vaticano, onde será recebido em audiência pelo papa Francisco.

Além disso, o governo se dissociou do protesto que acontece hoje em frente à sede do Ministério do Capital Humano, em Buenos Aires, onde centenas de pessoas em situação de pobreza fazem fila com a intenção de serem atendidas pela titular da pasta, Sandra Pettovello.

A mobilização ocorre após, na última quinta-feira, a ministra ter recusado se reunir com os líderes sociais – que o governo de Milei considera “gente esperta que quer se aproveitar” – e ter afirmado que, em vez disso, iria atender “um a um às pessoas que passam fome”.

Na entrevista coletiva diária na Casa Rosada – sede do Governo -, o porta-voz Manuel Adorni dissociou a concentração de hoje destas palavras da ministra.

“Pettovello nunca ligou para eles. Quem a conhece sabe que ela nunca exporia as pessoas a ficarem tanto tempo sob o sol”, disse o porta-voz, que especificou que a ministra “não vai atender” hoje às pessoas que estão esperando na fila diante da sede do Ministério.

Segundo a imprensa local, o protesto já ocupa doze quarteirões – quase 1,5 quilômetro – do centro de Buenos Aires.

“Nos chama a atenção (o protesto), porque ficar na fila de 25 quadras sob o sol com esse calor e sem ter sido convocado, depois do que a ministra disse parece no mínimo estranho”, considerou Adorni, que como Sandra Pettovello, suspeita de uma convocação programada por lideranças sociais.