Com Lula, cúpula da CELAC começa com a presença maciça de líderes de esquerda

Por Agência de Notícias
01/03/2024 23:34 Atualizado: 01/03/2024 23:34

A VIII Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) começou nesta sexta-feira no arquipélago caribenho de São Vicente e Granadinas, em um evento marcado pela presença de líderes de esquerda, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro.

O coordenador da presidência temporária de São Vicente e Granadinas, Douglas Slater, abriu a cerimônia, acompanhado do primeiro-ministro anfitrião Ralph Gonsalves, destacando o cenário idílico da pequena nação caribenha – um complexo hoteleiro localizado no meio de colinas e de frente para o mar, onde se realiza uma cúpula que reúne 33 membros com o objetivo de alcançar uma integração regional efetiva.

Após o período da presidência de São Vicente e Granadinas, o mandato será passado para Honduras, que é representada na cúpula por sua presidente, Xiomara Castro.

A ministra das Relações Exteriores e do Comércio Exterior do país caribenho, Keisal Peters, apresentou o relatório sobre as conquistas alcançadas durante sua presidência, abordando questões-chave como a tentativa de avançar na integração regional.

“Continuarão os debates sobre o tipo de estrutura da CELAC para o futuro deste mecanismo regional”, disse Peters, que afirmou que “é evidente que a estrutura atual tem suas limitações”.

Uma das solicitações frequentes tem sido a criação de uma Secretaria-Geral para melhor coordenar o trabalho da CELAC, além de conseguir uma melhor continuidade das diferentes presidências.

Outro aspecto que a chanceler destacou no seu relatório foi que se tratou de uma fase em que tentaram continuar a promover a recuperação da organização após a pandemia, situação que se complicou ainda mais pelo impacto global das guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, disparando a inflação, aumentando a pobreza e as desigualdades na região.

Neste sentido, foram promovidos planos de segurança alimentar e de erradicação da pobreza, e promovido um programa regional de saúde para o estudo, desenvolvimento, produção e distribuição de medicamentos.

Peters destacou ainda os efeitos da mudança climática e da sustentabilidade ambiental, com a grande “vulnerabilidade” de todos os países da região às catástrofes naturais, situação que se vive com especial gravidade em países insulares.

A cúpula termina nesta própria sexta-feira e conta com oito líderes, entre eles, além dos já citados, o boliviano Luis Arce e o cubano Miguel Díaz-Canel, o que escancara a fragmentação de um encontro regional que não contará com a presença de líderes de centro ou de direita, como Javier Milei (Argentina), Daniel Noboa (Equador), Santiago Peña (Paraguai) ou Luis Lacalle Pou (Uruguai).