Biden e Xi conversam sobre a questão de Taiwan

'Falei com Xi sobre Taiwan. Nós concordamos. Cumpriremos o acordo de Taiwan'

06/10/2021 10:44 Atualizado: 07/10/2021 03:58

Por Ivan Pentchoukov

O presidente Joe Biden disse a repórteres na terça-feira que durante um telefonema, ele e o líder chinês Xi Jinping se comprometeram a cumprir o “acordo de Taiwan“.

Biden fez a declaração após dias de provocações do regime chinês, que deslocou dezenas de aviões de guerra para a zona de defesa aérea de Taiwan.

“Falei com Xi sobre Taiwan. Nós concordamos. Cumpriremos o acordo de Taiwan. É onde estamos e deixei claro que não acho que ele deva fazer outra coisa senão cumprir o acordo”, disse Biden.

No entanto, os dois líderes podem ter interpretações diferentes do que constitui o “acordo”. Para Biden, ele parecia estar se referindo à ” política de uma só China” de décadas de Washington , que afirma que há apenas um Estado soberano com o nome de “China”.

Em contraste, o regime chinês defende seu próprio “princípio de uma só China”, segundo o qual Pequim afirma a soberania sobre Taiwan. O regime chinês tem um histórico conhecido de exigir que outros governos adotem seus princípios em Taiwan, o que os Estados Unidos não aceitaram.

Os Estados Unidos atualmente não são um aliado diplomático formal de Taiwan, já que Washington mudou seu reconhecimento diplomático em favor de Pequim em 1979. Desde então, os Estados Unidos têm mantido uma relação não diplomática com Taiwan com base na Lei de Relações de Taiwan (TRA). A lei autoriza os Estados Unidos a fornecer a Taiwan equipamento militar para a autodefesa da ilha.

O telefonema ocorreu em meio à escalada da agressão militar do regime chinês contra a ilha democrática que o regime afirma ser sua. Pequim enviou 56 aviões de guerra para a zona de defesa aérea de Taiwan em 4 de outubro, sendo essa a maior incursāo já registrada. Ele encerrou quatro dias de provocações envolvendo cerca de 150 aeronaves militares.

As incursões de segunda-feira ocorreram apesar da condenação e de uma exigência de paralisação das atividades feita pelos Estados Unidos um dia antes.

“Os Estados Unidos estão muito preocupados com a atividade militar provocativa da República Popular da China perto de Taiwan, que é desestabilizadora, arrisca erros de cálculo e prejudica a paz e a estabilidade regional”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, em um comunicado em 3 de outubro.

“Instamos Pequim a cessar sua pressão militar, diplomática e econômica e coerção contra Taiwan”

Pequim respondeu às crescentes críticas na segunda-feira avisando Washington que suas vendas de armas para Taiwan e navios de guerra dos EUA, passando pelo Estreito de Taiwan, afetariam as relações bilaterais.

A presidente taiwanesa, Tsai Ing-wenadvertiu em um ensaio publicado em 5 de outubro que haveria consequências “catastróficas” para a paz regional e a democracia se Taiwan caísse nas mãos do PCC.

“Taiwan está na linha de frente da disputa global entre a democracia liberal e o autoritarismo”, escreveu Tsai, acrescentando que o país não busca a guerra e espera “uma coexistência pacífica, estável, previsível e mutuamente benéfica com seus vizinhos”.

“Mas se sua democracia e seu modo de vida forem ameaçados, Taiwan fará de tudo para se defender”, disse Tsai.

O Partido Comunista Chinês reivindica Taiwan como seu próprio território e prometeu tomá-la à força se necessário. A TRA exige que o futuro de Taiwan seja determinado pacificamente.

O Epoch Times contatou a Casa Branca e o Departamento de Estado para maiores esclarecimentos sobre os comentários de Biden.

Eva Fu, Frank Fang, Dorothy Li e Katabella Roberts contribuíram para este artigo.

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