Por Agência EFE
O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, declarou nesta quarta-feira que “grande parte” da tripulação do avião venezuelano-iraniano retido na Argentina, após ter chegado ao país em maio, tem ligação com o terrorismo internacional.
Além disso, em declarações a jornalistas, esclareceu que a luta do Paraguai é contra este crime e não contra “nenhum país”, em resposta ao mal-estar expressado pelo Irã depois de falas de autoridades paraguaias.
“A inteligência paraguaia fez um grande trabalho na determinação do perigo deste voo, e uma vez que o Paraguai informou e alertou, foi possível realizar as investigações”, disse Abdo Benítez.
Durante uma visita aos locais que receberão os Jogos Sul-Americanos em Assunção, em outubro, o mandatário indicou que já foi constatado que “uma grande parte da tripulação tinha ligação com o terrorismo internacional”.
“Um deles, inclusive, operou a face para mudar o seu rosto, em Cuba”, acrescentou o presidente, que antecipou que “mais coisas serão reveladas com o tempo,”
Neste contexto, afirmou que o seu país tem um “firme compromisso” na luta contra a criminalidade transnacional e o terrorismo.
“E nós vamos continuar, independentemente dos países de onde forem. Isto não é uma questão contra nenhum país, a luta é contra a criminalidade internacional e o terrorismo”, argumentou.
Abdo Benítez também disse que este caso obriga as autoridades aeronáuticas, aduaneiras e de imigração paraguaias a conceberem protocolos “mais rigorosos”.
O avião da empresa iraniana Mahan Air, que atualmente pertence à Emtrasur, uma subsidiária do estatal Consórcio Venezuelano de Indústrias Aeronáuticas e Serviços Aéreos (Conviasa), aterrissou em solo paraguaio no dia 13 de maio e deixou o país em 16 de maio, com uma carga de cigarros com destino a Aruba.
O governo paraguaio informou que estavam a bordo 18 tripulantes, 11 venezuelanos e 7 iranianos, dos quais pelo menos um foi acusado por autoridades locais, citando relatórios dos EUA, de supostas ligações com o terrorismo.
Em nota verbal, o Irã considerou “fúteis e infundadas” as acusações contra os tripulantes iranianos e disse que não estavam de acordo “com a história das relações amigáveis” entre Teerã e Assunção.
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