Agricultores franceses aderem aos protestos iniciados por colegas de outros países europeus

Por Agência de Notícias
21/01/2024 11:15 Atualizado: 21/01/2024 11:15

Os agricultores franceses decidiram se juntar aos protestos dos seus colegas de outros países europeus, como Alemanha, Holanda, Polônia e Romênia.

Desde a tarde de quinta-feira, grupos de agricultores bloquearam a autoestrada A64 entre Toulouse e Tarbes, e as estradas RN124 e RN20, ambas no sul do país, e esta última muito perto da fronteira com Andorra e Espanha.

“Queremos que nos ouçam. Temos exigências, mas por enquanto as coisas não andam. Ficaremos aqui até que comecem a andar”, disse à emissora “BFM” um dos agricultores que bloqueava a autoestrada.

O principal sindicato agrícola da França, o FNSEA, está analisando a convocação de um grande protesto nacional nas próximas semanas.

O atraso na entrega de algumas ajudas públicas, o previsto fim do subsídio ao diesel agrícola, a implementação de novas normas ambientais e os preços impostos pelas indústrias agroalimentares são as principais queixas.

O governo não demorou a reagir e o presidente Emmanuel Macron pediu na sexta-feira aos prefeitos que se reunissem a partir deste fim de semana com agricultores e pecuaristas para ouvir as suas reivindicações.

Além disso, o ministro da Agricultura, Marc Fesneau, se deslocará esta tarde ao departamento rural de Cher (centro) para visitar uma fazenda leiteira e depois participar de uma reunião com representantes dos sindicatos agrícolas para discutir, sobretudo, uma das reivindicações do setor, a da simplificação administrativa.

Por sua vez, o primeiro-ministro Gabriel Attal se reunirá na segunda-feira com o presidente do FNSEA, Arnaud Rousseau, conforme anunciado por este último na rede social X.

“O cansaço que os agricultores manifestaram durante meses está se transformando em raiva em toda a França. As palavras já não são suficientes”, acrescentou Rousseau na sua mensagem.

O objetivo do governo é evitar imagens de tratores bloqueando ruas e autoestradas, como acontece há mais de uma semana, e que a oposição tire vantagem política de uma possível crise.

Ainda mais porque o candidato do ultradireitista Reagrupamento Nacional (RN), Jordan Bardella, cabeça da lista do partido nas eleições europeias de 9 de junho, para as quais lidera as sondagens, também visitará uma fazenda hoje e se reunirá com representantes dos agricultores do departamento de Gironde (oeste), em uma tentativa de tirar vantagem do descontentamento do setor.