Grandes mudanças para a internet

13/11/2011 00:00 Atualizado: 06/08/2013 19:31

Clientes navegam na internet num café em Paris. Nesses anos recentes, uma onda de mudanças dramáticas está ocorrendo na internet. (Eric Feferberg/AFP/Getty Images)

O IPv6 e a computação em nuvem estão entre as mudanças ocorrendo na internet

Os computadores e a internet são hoje parte da vida diária da maioria das pessoas. Agora que tantas pessoas estão confortáveis com o uso da internet, é hora de fazer grandes mudanças. As mudanças estão ocorrendo principalmente por causa de você, mas você não terá de notar a maioria delas.

A internet tem passado por muitas mudanças desde seu início. Nesses anos recentes, uma onda de mudanças dramáticas está ocorrendo na internet, mudanças de protocolo, de design, e na razão de usarmos a internet.

Com muitos ainda se acostumando com a ideia da internet, nos deparamos com novos termos e tecnologias, tais como “Web 2.0” ou “computação em nuvem”, ou mesmo “IPv6”.

Ao redor de 1995, a internet ganhou imensa popularidade graças à criação do Microsoft Windows 95 e do serviço de acesso discado da América Online. No entanto, a internet é mais antiga. A data da origem da internet ainda é disputada, mas muitos alegam que ela começou na década de 60.

Enquanto alguns termos são também conceitos, como “computação em nuvem”, outros são definitivamente realidade, como o IPv6.

Novo vocabulário

Vinton Cerf, ou “Vint”, como costuma ser chamado, coprojetou o protocolo que usamos para enviar e receber transmissões através da internet. Se você já ouviu o termo “endereço de IP”, a parte “IP” significa “Protocolo de Internet”.

O endereço de IP é um número único atribuído a um aparelho computadorizado que está conectado a uma rede, e é como os outros aparelhos na rede podem distinguir-se uns dos outros.

Para que tudo funcionasse bem, esse protocolo tinha de ser padronizado, ou seja, todos que usassem a internet tinham de usar o mesmo protocolo. O protocolo mais usado hoje em dia é chamado IPv4, ou Protocolo de Internet versão 4.

O IPv4 tem um vasto número de combinações possíveis de endereço de IP, mais de 4 bilhões. Trinta anos atrás, isso era mais do que suficiente. No entanto, hoje isso está quase esgotado. Felizmente, esse problema foi identificado em 1992, e a Força Tarefa de Engenharia de Internet (IETF) começou a trabalhar numa solução alguns anos depois.

O resultado foi o IPv6, o novo protocolo de internet. Ele é um protocolo muito mais avançado e vasto, com muitas possibilidades a mais.

Em poucos anos, mudar para o IPv6 não será uma opção. Será necessário.

A boa notícia é que você provavelmente já tem um endereço IPv6 e não sabe disso. Se você olhar os detalhes de sua conexão de internet, você poderá ver. Haverá o velho endereço IPv4 (tal como “192.168.1.1”) e o novo endereço IPv6 (tal como “2001:0db8:1234:1001:1001:1001:1001:0001”). Então, quando a hora chegar para um completa mudança de protocolo, os aparelhos já estarão usando o IPv6.

Além da mudança de protocolo, que nos conecta a internet, há também mudanças no que fazemos quando estamos conectados.

Outro jargão que entrou na sociedade ao redor de 1995 foi “World Wide Web” (ou “Rede de alcance mundial”). Este termo referia-se a rede virtual de documentos, também conhecida como “páginas Web”. O termo ‘World Wide Web’ é menos usado hoje, mas a parte “Web” (rede) ainda é usada, assim como o “www” que precede a maioria do endereços dos websites (sítios de rede).

Muitos consideram os primeiros anos da ‘World Wide Web’ como ‘Web 1.0’, que significaria “web versão 1”. Recentemente, o jargão tornou-se “Web 2.0”. Este é mais um conceito do que uma tecnologia ou produto, mas representa um aspecto do futuro da internet.

A ideia é, ao invés de simplesmente ver uma página da web, conforme tem sido feito por um longo tempo, o usuário agora pode interagir com a página da web. A ‘Web 2.0’ está em sites como o YouTube, onde usuários podem inserir vídeos e fazer comentários que serão vistos e lidos no site, tudo sem necessariamente saber como construir uma página da web.

Outros exemplos são o Twitter e o Facebook, onde usuários podem inserir conteúdo no servidor sem ser um administrador do site.

“Computação em nuvem” é outro jargão que tem ganhado popularidade. Computação em nuvem simplesmente se refere a programas de computador funcionando (na maior parte) através da internet, ao invés de ser executado somente na máquina do usuário.

A Web 2.0 pode ser usada para descrever um aspecto da computação em nuvem. O design Web 2.0 combinado com a computação em nuvem deverá comandar os futuros websites.

Novos problemas com segurança

Com os novos avanços em tecnologia, que trazem benefícios como interoperabilidade e conveniência, surgem novos problemas de segurança. O IPv6 não corrige os problemas dos endereços de IP, mas a maioria dos software (programas) de segurança no mercado, particularmente os firewalls, foram projetados com o IPv4 em mente.

Os firewalls ‘ouvem’ o IPv4 e bloqueiam coisas usando seu protocolo. O desenvolvimento de firewalls IPv6 não tem a vantagem de ter sido testado num ambiente real, o que pode levar usuários a ficarem vulneráveis quando a mudança para IPv6 ocorrer.

Websites estilo Web 2.0 têm sua própria cota de problemas de segurança. Ter a possibilidade de postar conteúdo num website é conveniente, mas também permite que quem queira causar dano possa postar conteúdo no website.

Websites de mídias sociais sofrem de um problema chamado “script entre sites” (cross-site scripting). Basicamente, se hackers quiserem infectar um usuário, eles podem postar num blogue. Mas ao invés de postarem palavras regulares, eles postam um código, como o código de um vírus ou Trojan.

Então, tudo o que precisarão fazer é compartilhar o blogue com alguém que o passará adiante. Todos que virem aquele blogue podem então ser infectados. Tudo isso sem sequer ter tido acesso de administrador ao website, que é antiga forma de hackear um website.

Essas são apenas algumas dentre muitas das questões de risco de segurança das novas tecnologias.

A internet já andou um longo caminho nos últimos anos. Passamos da conexão analógica através de linhas de telefone para conexões de fibra ótica em nossas casas, até conexão digital wireless (sem fio) que pode ser usada virtualmente em qualquer lugar.

A velocidade de nossa conexão aumentou mais de 400 vezes nos últimos 12 anos, desde que os modens de 56k chegaram ao mercado. A velocidade de conexão mais rápida abre mais possibilidades de interatividade através da internet.

Websites interativos e novos protocolos são apenas dois exemplos do que pode ser feito agora, e que não se podia antes.