Nova Iorque declara que redes sociais são “ameaça à saúde mental” dos menores

Por Agência de Notícias
25/01/2024 21:51 Atualizado: 25/01/2024 21:51

A cidade de Nova Iorque declarou na quarta-feira (25) que as redes sociais em geral são uma “ameaça à saúde mental” dos menores de idade.

Citando um relatório do departamento municipal de Saúde Mental, o prefeito nova-iorquino, Eric Adams, comparou o efeito das redes sobre os jovens ao do tabaco e das armas no passado.

“E é da mesma forma que trataremos as redes sociais: como outra ameaça à saúde que precisa acabar. Precisamos garantir que as empresas de tecnologia sejam responsabilizadas por seus produtos”, disse o político em um discurso sobre o estado da cidade.

Não está claro o que essa designação significará e quais ferramentas o gabinete do prefeito tem para tomar medidas contra as redes sociais.

Adams destacou que o mundo da internet apresenta inúmeros riscos para os jovens e que “empresas como TikTok, YouTube e Facebook estão espalhando uma crise mental ao projetar suas plataformas com recursos viciantes”.

“Não podemos ficar parados e permitir que as grandes empresas de tecnologia monetizem a privacidade de nossos filhos”, enfatizou.

O relatório do Departamento de Saúde Mental no qual Adams se baseou afirma que 77% dos estudantes do ensino médio da cidade passam três horas ou mais por dia na frente de uma tela em seu tempo de lazer e, embora ele não tenha traçado uma causa direta, lembrou que em 2021 um estudo mostrou que 38% dos estudantes do ensino médio tiveram sentimentos de desespero que os levaram a interromper suas atividades habituais.

Entre 2011 e 2021, o número de adolescentes que disseram se sentir “sem esperança” aumentou em 42%, enquanto os que demonstraram tendências suicidas subiu em 38%.

Um estudo anterior realizado pelo mesmo departamento em junho do ano passado entrevistou 150 participantes que disseram que as redes sociais estavam minando sua autoestima, seus relacionamentos sociais e capacidade de gerenciar o tempo de forma eficaz.

O relatório lista conselhos para professores, tutores e pais, que incluem, por exemplo, pedidos para que as crianças não tenham um telefone celular até os 14 anos de idade, desativem as redes sociais nos primeiros celulares e limitem o uso do telefone durante o tempo livre.