Casa Branca diz que declarar cartéis como terroristas não traria benefícios

Por Agência de Notícias
09/03/2023 20:44 Atualizado: 09/03/2023 20:44

A Casa Branca respondeu, na quarta-feira (08), aos republicanos que já tem todos os poderes legais para combater o narcotráfico sem a necessidade de declarar os cartéis mexicanos como organizações terroristas.

“Declarar esses cartéis como organizações terroristas estrangeiras não nos daria qualquer competência adicional que já não tenhamos neste momento”, disse Karine Jean-Pierre, porta-voz do presidente Joe Biden, em sua coletiva de imprensa diária.

Após o assassinato de dois americanos sequestrados no norte do México, alguns legisladores republicanos apresentaram hoje dois projetos de lei para declarar os cartéis como grupos terroristas e autorizar a ação do Exército dos Estados Unidos em território mexicano.

O México, por sua vez, alerta que uma designação desse tipo, algo que já foi discutido durante o governo de Donald Trump (2017-2021), implicaria em uma violação de sua soberania.

A porta-voz da Casa Branca lembrou que o governo americano já impôs sanções “poderosas” contra cartéis e seus integrantes para que não possam viajar, ter propriedades ou esconder seus bens nos Estados Unidos.

“Repito, não acreditamos que isso nos daria qualquer competência adicional”, reiterou Jean-Pierre sobre a possibilidade de designá-los como terroristas.

A nova maioria republicana na Câmara dos Representantes tem como alvo o tráfico de fentanil do México para os Estados Unidos, onde cerca de 100.000 pessoas morreram no ano passado em decorrência de overdoses dessa droga sintética.

Os conservadores redobraram a pressão sobre o governo Biden desde que quatro americanos foram sequestrados na última sexta-feira na cidade mexicana de Matamoros, no estado fronteiriço de Tamauloipas, dos quais dois foram encontrados mortos e os outros dois enviados de volta ontem para os EUA.

Questionado sobre uma eventual designação dos cartéis como grupos terroristas, o Departamento de Estado dos EUA disse ontem que não descarta nenhuma ferramenta, enquanto o procurador-geral Merrick Garland alertou que é preciso ter cuidado nas relações bilaterais, mas não se opõe a essa iniciativa.

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