Grupos australianos de direitos humanos se reúnem para pedir boicote aos ‘Jogos do Genocídio’

Olimpíadas de Pequim serão abertas na noite de sexta-feira, em meio a uma onda de boicotes internacionais

04/02/2022 15:52 Atualizado: 04/02/2022 15:52

Por Equipe de Sydney do Epoch Times 

Os Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim serão abertos na noite do dia 4 de fevereiro, em meio a uma onda de boicotes internacionais, com vários grupos australianos de direitos humanos se unindo para condenar as contínuas violações aos direitos humanos pelo Partido Comunista Chinês (PCC).

Ativistas de direitos humanos de Hong Kong, Xinjiang, Tibete, Taiwan e da China continental realizaram um comício em Martin Place, em Sydney, na sexta-feira, para chamar a atenção às atrocidades de direitos humanos cometidas pelo regime do PCC.

As placas colocadas no local do rali diziam “Boicote a Pequim 2022” e “Não assistirei” (Li Rui/Epoch Times)
As placas colocadas no local do rali diziam “Boicote a Pequim 2022” e “Não assistirei” (Li Rui/Epoch Times)

“O regime do PCC massacrou 80 milhões de civis inocentes, e seus crimes hediondos contra a humanidade continuam”, declarou a Aliança da Austrália e Nova Zelândia para Vítimas do Regime Comunista Chinês (ANZAC) em um anúncio para o comício.

“Realizar os Jogos Olímpicos é uma ação política do regime do PCC tentando amenizar e encobrir seus crimes hediondos. É uma distorção e profanação sem vergonha dos Jogos Olímpicos, que simbolizam paz, harmonia e unidade.”

Grupos australianos de direitos humanos se reuniram em Martin Place, em Sydney, no dia 4 de fevereiro de 2022, para condenar a tirania do PCC e pedir um boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. A foto mostra ativistas de direitos humanos uigures participando do comício (Li Rui/Epoch Times)
Grupos australianos de direitos humanos se reuniram em Martin Place, em Sydney, no dia 4 de fevereiro de 2022, para condenar a tirania do PCC e pedir um boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. A foto mostra ativistas de direitos humanos uigures participando do comício (Li Rui/Epoch Times)

Ao se pronunciar no comício, o Dr. Feng Chongyi, presidente da ANZAC e professor associado de Estudos da China na Universidade de Tecnologia de Sydney (UTS), afirmou que o atual regime comunista na China encarna o completo oposto dos valores dos Jogos Olímpicos.

“Este regime tem feito tudo contra o espírito das Olimpíadas”, declarou. “O regime já matou mais de oito milhões de cidadãos inocentes desde seu estabelecimento em 1949”.

O Dr. Feng Chongyi, presidente da ANZAC, se pronuncia no comício (Li Rui / Epoch Times)
O Dr. Feng Chongyi, presidente da ANZAC, se pronuncia no comício (Li Rui / Epoch Times)

Enquanto isso, o ativista de direitos humanos uigur, o australiano Arslan Hidayat, afirmou que havia semelhanças impressionantes entre os Jogos Olímpicos de Berlim de 1936 e os Jogos Olímpicos de Pequim de 2022.

“As Olimpíadas de Pequim estão sendo conduzidas por um regime culpado de atrocidades em massa, limpeza étnica e genocídio, assim como os nazistas”, declarou ele, acrescentando que as Olimpíadas de Berlim deram legitimidade ao regime de Hitler e contribuíram para o massacre de seis milhões de judeus, o que é uma vergonha absoluta.

O ativista de direitos humanos uigur,  o australiano Arslan Hidayat, se pronuncia no comício (Li Rui / Epoch Times)
O ativista de direitos humanos uigur,  o australiano Arslan Hidayat, se pronuncia no comício (Li Rui / Epoch Times)

“Realmente, a única diferença entre os dois é que os Jogos de Berlim aconteceram no verão, enquanto os Jogos de Pequim acontecem no inverno.”

Os comentários de Hidayat foram ecoados por Kyinzom Dhongdue, candidato do Partido da Aliança Democrática, Drew Pavlou, que está concorrendo ao Senado federal.

Dhongdue relatou ao Epoch Times que as Olimpíadas em Pequim de 2022 estavam sendo realizadas no contexto de um genocídio cometido pelo regime comunista.

Kyinzom Dhongdue (à esquerda), candidata do Partido da Aliança Democrática de Drew Pavlou ao Senado Federal, é retratada (Li Rui / Epoch Times)
Kyinzom Dhongdue (à esquerda), candidata do Partido da Aliança Democrática de Drew Pavlou ao Senado Federal, é retratada (Li Rui / Epoch Times)

“Em 2008, o Comitê Olímpico Internacional esperava que os Jogos e a atenção internacional que traria melhorassem os direitos humanos, mas aqui estamos em 2022”, afirmou Dhongdue. “A situação no Tibete, a situação enfrentada pelos devotos do Falun Gong, os ativistas de direitos humanos na China foram de mal a pior”.

Dhongdue afirma que se sentiu fracassada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), que, segundo ela, foi convocado por grupos de direitos humanos a defender os direitos das comunidades perseguidas na China.

“O Comitê Olímpico Internacional falhou conosco. Eles não nos ouviram… O que o Comitê Olímpico Internacional fez, ao avançar com os Jogos Olímpicos, é realmente dar legitimidade e endossar o Partido Comunista Chinês”, afirmou ela.

“Então, estamos aqui para pedir que se pronuncie, tome uma posição. Não assista aos jogos do genocídio.”

Vários grupos australianos de direitos humanos se reuniram em Martin Place, em Sydney, no dia 4 de fevereiro de 2022 para boicotar os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim (Li Rui/Epoch Times)
Vários grupos australianos de direitos humanos se reuniram em Martin Place, em Sydney, no dia 4 de fevereiro de 2022 para boicotar os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim (Li Rui/Epoch Times)

No dia 3 de fevereiro, mais de 70 legisladores da Aliança Interparlamentar sobre a China (IPAC) assinaram uma declaração conjunta sobre a abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022.

“Não devemos permitir que os Jogos nos distraiam da perseguição de tibetanos, cristãos, praticantes do Falun Gong e outras minorias étnicas e religiosas, nem ficaremos em silêncio enquanto o governo chinês desmantela o modo de vida de Hong Kong, ameaça Taiwan e coage a Lituânia, Austrália e outros países através do comércio”, relatou o comunicado.

“Expressamos nossa gratidão a todos os ministros e diplomatas do governo que responderam ao apelo para recusar convites para participar dos Jogos, mas essas ações não vão longe o suficiente. Os países democráticos devem tomar medidas tangíveis para responsabilizar o governo chinês por suas violações.”

A Human Rights Watch também divulgou uma declaração no dia 27 de janeiro de que 243 grupos globais estão pedindo que ações sejam tomadas sobre as violações aos direitos humanos pelo PCC.

Grupos australianos de direitos humanos se reuniram em Martin Place, em Sydney, no dia 4 de fevereiro de 2022, para boicotar os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. A imagem mostra os banners e placas (Li Rui/ Epoch Times)
Grupos australianos de direitos humanos se reuniram em Martin Place, em Sydney, no dia 4 de fevereiro de 2022, para boicotar os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. A imagem mostra os banners e placas (Li Rui/ Epoch Times)

Desde que o regime do PCC garantiu o direito de sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, em 2015, organizações não governamentais e meios de comunicação documentaram inúmeras violações graves aos direitos humanos por parte da autoridade comunista, incluindo a detenção arbitrária, tortura, e trabalho forçado de milhões de uigures; sérios danos à Hong Kong, às instituições democráticas e ao Estado de direito; detenção arbitrária, tortura e confinamento forçado de defensores de direitos humanos desaparecidos e outros abusos.

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