Como o socialismo causa estragos em nossa sociedade

A guerra não é o principal mecanismo do socialismo deste século. Ele alcançou um nível muito mais profundo e está a caminho de resultar em consequências igualmente devastadoras

Por Dr. Charles McVety
24/07/2023 23:16 Atualizado: 24/07/2023 23:16

A cada ano, a sociedade se torna progressivamente mais obscura à medida que a moralidade é corroída. Ver desfiles na CBC (Candadian Broadcasting Company), de financiamento nacional, onde as crianças no palco, de 10 e 12 anos, estão vestidas como drag queens e agindo como strippers, é uma indicação de que algo está drasticamente errado. Recentemente, vimos a legalização da eutanásia, da maconha e dos clubes de sexo. O casamento foi redefinido, a unidade familiar está sob ataque, e o uso de palavras como “mãe” e “pai” é desencorajado.

Nosso sistema educacional abandonou a verdade e a substituiu pelo relativismo, a ideia de que a verdade absoluta não é algo que se deva desejar alcançar. Instituições lançaram ao vento a ciência, a biologia e a química, em favor da teoria da fluência de gênero, que permite mudar o sexo à vontade. O individualismo foi substituído pelo estatismo. A religião é agora ridicularizada como o ópio da sociedade.

Pior ainda: juízes designados, não eleitos, estão transformando em leis as políticas sociais contrárias à verdade histórica e aos valores tradicionais. Se alguém se atreve a exercer a liberdade de expressão, eles a percebem como uma ofensa contra a sociedade e geralmente fazem provocações, os silenciam ou até os atacam. A crença em Deus é ridicularizada nos corredores do ensino superior.

Como isso pôde acontecer? Alguns acreditam que essa é a evolução natural da sociedade; no entanto, não há evidência empírica ou histórica para apoiar tal afirmação. A resposta é clara: pessoas como Fredrick Nietzsche, Karl Marx, Fredrick Engels, Charles Darwin, Sigmund Freud e Michael Foucault iniciaram uma revolução socialista que está transformando os fundamentos culturais da sociedade. Vastos setores da sociedade são agora quase exclusivamente dominados por sua filosofia, incluindo universidades, a mídia, a burocracia e o judiciário.

O economista britânico John Maynard Keynes frequentemente citava Lenin, que disse que não havia “meio mais sutil e mais seguro de derrubar a base existente da sociedade do que corromper a moeda”. O processo envolve todas as forças ocultas da lei econômica do lado da destruição, e o faz de uma forma em que nem um homem em um milhão seria capaz de diagnosticar”. Esse mesmo princípio é posto em operação hoje, não economicamente, mas socialmente. Enquanto os socialistas desenvolvem as forças ocultas do relativismo moral, eles estão destruindo a estrutura de nossa sociedade – e nem uma pessoa em um milhão consegue reconhecer isso.

Marx ensinou que o socialismo é um estado social de transição entre a derrubada do capitalismo e a realização do comunismo. Billy Graham nos alertou sobre essa mudança cultural em 1954, quando disse que o comunismo “está aqui para ficar. É uma batalha até a morte: ou o comunismo morre, ou o Cristianismo deve morrer. (…) Politicamente, um comunista é alguém que acredita que o Estado é supremo e que o indivíduo existe apenas para o bem-estar do Estado, destruindo assim o estado de dignidade do indivíduo dado por Deus.”

Os filósofos socialistas disfarçaram inteligentemente sua doutrina como um pensamento natural apoiado pela ciência. Fredrick Nietzsche é considerado o Moisés do socialismo. Ele declarou que Deus está morto, portanto não há necessidade de você se preocupar com as consequências de suas ações. Não há julgamento, inferno ou castigo eterno por se comportar imoralmente, então você pode fazer o que quiser, seguir seus instintos, aproveitar o que puder e depois tirar sua própria vida quando o prazer acabar. Ele também argumentou que não há recompensa pelo bom comportamento, então você pode acumular prazeres e excessos sem considerar os outros. O pensamento niilista diz que Adolf Hitler e Madre Teresa tiveram o mesmo final. Tal pensamento é atraente para aqueles que desejam seguir suas inclinações ao invés de temperar suas ações por meio de um código moral. Em outras palavras, faça o que quiser, viva e deixe viver, coma, beba e seja feliz, porque amanhã você vai morrer.

Resultados catastróficos

O resultado dessa revolução está se mostrando catastrófico. A taxa de suicídios está subindo rapidamente no Canadá, onde 200 pessoas tentam suicídio a cada dia. Em 2015, o Statistics of Canada informou que mais de 10% da nossa população, cerca de 3.396.000 pessoas com mais de 12 anos, pensaram em tirar a própria vida. O suicídio entre jovens e adultos é particularmente preocupante, sendo a segunda causa de morte e a nona causa de morte na população em geral.

Outras consequências incluem depressão, abuso de substâncias, ataques sexuais e tiroteios em escolas. No Canadá, de acordo com o governo federal, uma em cada três mulheres é agredida sexualmente em algum momento de sua vida. Trágicos 15% terão depressão crônica e sabe-se que 10% consomem opióides e drogas psicotrópicas. Assassinatos em massa, daqueles que emulam os desencadeadores erráticos com vidas desprovidas do significado de Columbine, tornaram-se moeda corrente. As divisões raciais estão se aprofundando devido aos ensinamentos de Darwin sobre as “raças favorecidas” de “Sobre a origem das espécies através da seleção natural, ou a preservação de raças favorecidas na luta pela vida” que tornou-se a base do pensamento da maior parte da sociedade.

Cabe notar que a liberdade de expressão, o pensamento crítico, a razão, a racionalidade e a verdade objetiva se tornaram inimigos do Estado. O pós-modernismo rotulou tais pensamentos de misóginos, intolerantes, racistas e de ódio, numa tentativa de silenciar a oposição. Se você citar estatísticas, você será condenado. Se você procurar um raciocínio razoável, será atacado. Apresentar criticamente dados empíricos com a intenção de alcançar a verdade não é permitido. Tudo deve ser subjetivo e adequado à narrativa socialista. Os progressistas radicais não podem discutir os méritos do absurdo ou os benefícios da amoralidade, por isso precisam recorrer às táticas clássicas de abuso na escola: apelidos ofensivos.

Os últimos 100 anos foram os mais sangrentos da história da humanidade, quase 200 milhões de pessoas morreram nas guerras. Quase todas essas guerras foram conduzidas por líderes que proclamavam filosofias socialistas. Vladimir Lenin, Joseph Stalin, Adolf Hitler, Mao Zedong e Pol Pot proclamaram a ausência de um Criador, a evolução, a oposição à moral religiosa e à arbitrariedade da vida. O resultado foi mortes massivas e sofrimento humano – o resultado lógico da imoralidade e do absurdo.

A guerra não é o principal mecanismo do socialismo deste século. Ele alcançou um nível muito mais profundo e está a caminho de resultar em consequências igualmente devastadoras. O filósofo Max Horkheimer disse que “a Revolução não acontecerá com armas, mas acontecerá em incrementos, ano após ano, geração após geração. Nós gradualmente nos infiltraremos em suas instituições educacionais e em seus cargos políticos, transformando-os lentamente em entidades marxistas à medida que avançamos em direção ao igualitarismo universal”.

Há uma batalha furiosa pela alma da nossa sociedade sendo travada. Não é uma batalha de carne e sangue, mas uma luta entre a liberdade e o socialismo. Não se confunda, os socialistas agora assumem a liderança e estão prontos para dar o golpe final: o socialismo em larga escala.

Dr. Charles McVety é presidente do Colégio Cristão do Canadá e da Escola de Pós-Graduação de Estudos Teológicos em Whitby, Ontário

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As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times