Localização exata da tumba de Platão é descoberta nos papiros de Herculano

Por Agência de Notícias
25/04/2024 14:37 Atualizado: 25/04/2024 14:37

Graças às novas tecnologias, a leitura dos chamados –  escritos que foram encontrados semicarbonizados na cidade próxima a Pompeia após a erupção do vulcão Vesúvio em 79 d.C – revelou a localização exata da tumba do filósofo Platão na Academia de Atenas.

Seu túmulo estava no jardim reservado para ele, um espaço privado para a escola platônica, perto do Mouseion, local com um altar dedicado às musas.

O fato foi revelado nesta terça-feira pelo papirologista Graziano Ranocchia, da Universidade de Pisa, ao apresentar os resultados intermediários do projeto de pesquisa Escolas Gregas, realizado com o Conselho Nacional de Pesquisa da Itália (CNR) na Biblioteca Nacional de Nápoles.

A descoberta se encontra nas cerca de mil palavras, correspondentes a 30% do texto, que foram decifradas de parte dos papiros carbonizados de Herculano, contendo a História da Academia de Filodemo de Gadara, graças a metodologias de estudo inovadoras.

Até agora só se sabia que ele havia sido enterrado genericamente na Academia, como foi explicado durante a apresentação dos resultados.

Sobre a vida do filósofo, também foi explicado que ele foi vendido como escravo na ilha de Aegina, talvez já em 404 a.C., quando os espartanos conquistaram a ilha ou, alternativamente, em 399 a.C., imediatamente após a morte de Sócrates e, até agora, acreditava-se que Platão havia sido vendido como escravo em 387 a.C. durante sua estadia na Sicília, na corte de Dionísio I de Siracusa.

O episódio da última noite de Platão e a visita do caldeu foram revisados, pois o diálogo entre os personagens agora é diferente, segundo os estudiosos.

“Agora está claro quem está falando, quem está comentando e em que momento. Platão se expressa com desprezo sobre as habilidades musicais e rítmicas de um músico bárbaro, originário da Trácia”, detalharam.

Essas novas descobertas foram possíveis graças a sistemas de última geração, como raio X, tomografia, imagem infravermelha e microscopia digital de alta resolução, que são usados para decifrar os papiros carbonizados sem manipulá-los.

O projeto Escolas Gregas é uma iniciativa de pesquisa e tecnologia que começou há três anos e durará até 2026, e já pode se orgulhar de resultados surpreendentes: mais de mil novas palavras ou lidas de forma diferente dos últimos estudos, que datam de 1991.