Anomalia Magnética do Atlântico Sul se intensifica sobre o Brasil e preocupa cientistas

O campo magnético afeta diretamente satélites sobre a região e atrapalha no uso da geolocalização (GPS).

Por Redação Epoch Times Brasil
26/05/2024 23:36 Atualizado: 26/05/2024 23:36

A Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), um fenômeno geofísico intrigante, está se aprofundando e expandindo, causando preocupação crescente entre cientistas e técnicos. Este fenômeno, que afeta a região sobre o Brasil e o Atlântico Sul, apresenta um campo magnético terrestre significativamente mais fraco, resultando em impactos críticos para sistemas de navegação.

De acordo com o relatório anual de 2023 do World Magnetic Model (WMM), elaborado pelo National Centers for Environmental Information (NCEI) e pelo British Geological Survey (BGS), houve uma diminuição da intensidade do campo magnético ao nível da superfície em 2023 na AMAS. Além disso, o centro da anomalia se deslocou aproximadamente 20 km para o oeste. “A área afetada, determinada pela região dentro do contorno de 25.000 nT, aumentou cerca de 7% desde 2020,” destaca o relatório​​.

Impactos no Brasil e na tecnologia

Conforme o relatório, “A AMAS está se aprofundando e movendo-se para oeste, com implicações diretas na radiação que pode alcançar a Terra, impactando os satélites e a propagação de rádio.” 

A anomalia afeta diretamente a América do Sul, especialmente o Brasil, onde a intensidade mais fraca do campo magnético expõe satélites e sistemas de navegação a níveis elevados de radiação cósmica. A fraqueza do campo magnético nesta região pode causar falhas em componentes eletrônicos e sistemas de bordo, impactando negativamente tecnologias críticas de comunicação e monitoramento ambiental, o que pode levar a avarias frequentes e até à desativação de equipamentos​​. Além disso, a anomalia afeta a precisão de sistemas de navegação que dependem de leituras magnéticas precisas, como bússolas.

Pesquisa e monitoramento

O WMM é um modelo esférico harmônico do campo magnético principal da Terra, desenvolvido em colaboração entre o NCEI e o BGS. Ele é atualizado a cada cinco anos para refletir as mudanças contínuas no campo magnético.

“A precisão do WMM2020 foi confirmada até 2024, com erros globais permanecendo bem abaixo dos máximos permitidos pelas especificações militares dos EUA,” afirma o relatório. Isso indica que o modelo continua a ser uma ferramenta confiável para navegação e referência de atitude e direção, apesar das variações observadas na AMAS​​.

Os dados utilizados para monitorar e prever as mudanças no campo magnético são coletados pela constelação de satélites Swarm da Agência Espacial Europeia (ESA). Esses dados são fundamentais para compreender a dinâmica da AMAS e desenvolver estratégias para mitigar seus impactos negativos.

Para mais detalhes e acesso ao relatório completo, visite o World Magnetic Model.