A lendária flor de Udumbara é considerada por muitos um sinal celestial

Por Yang Xiaohui
28/06/2023 09:57 Atualizado: 28/06/2023 09:57

De acordo com as escrituras budistas, existe uma flor chamada Flor de Udumbara, que floresce uma vez a cada 3.000 anos. Udumbara é uma palavra sânscrita, que significa “flor auspiciosa do céu”. De acordo com a crença, o surgimento das flores de Udumbara é um sinal da chegada do “Sagrado Rei que Gira a Roda”, retificando o Darma (a lei fundamental) do mundo.

No Volume 8 da escritura budista, “Fonética e Interpretação de Huilin”, lê-se: “A flor de Udumbara é o produto de fenômenos propícios e sobrenaturais; é uma flor celestial, que não existe no mundo mundano. Se um Tathagata (ser iluminado) ou o ‘Rei da Roda de Ouro’ aparece no mundo humano, a flor de Udumbara irá aparecer neste mundo, devido a sua grande virtude e bênção.”

As escrituras budistas também registram que o Sagrado Rei que Gira a Roda é um rei ideal, que governará o mundo não pela força, e sim pela justiça. Segundo a crença, independentemente da nossa filiação religiosa, budismo, cristianismo, confucionismo, ou qualquer outra, todas as pessoas benevolentes, que oferecem auxílio aos outros  terão a oportunidade de conhecer o Sagrado Rei que Gira a Roda.

Nas últimas duas décadas, pessoas em todo o mundo têm encontrado uma flor que se acredita ser a Udumbara. A flor foi encontrada pela primeira vez na Coreia em 1997. Mais tarde, ele apareceu na China, Taiwan, Hong Kong, Malásia, Cingapura, Austrália e Estados Unidos. Ela foi encontrada florescendo sobre outras plantas, metal e estátuas de Buda.

No entanto, alguns especialistas sugerem que aquilo que as pessoas acreditam ser as flores de Udumbara, na realidade são ovos de um inseto verde chamado crisopídeo (Chrysopa), os quais têm uma aparência muito semelhante às descrições das supostas flores celestiais.

As larvas dos crisopídeos são chamadas “pulgões leões”. Durante a postura dos ovos, a fêmea do crisopídeo posiciona os ovos nas extremidades de uma espécie de caule delgado produzido com uma secreção pegajosa. Isso é feito para proteger as larvas recém-eclodidas de se alimentarem umas das outras. A referida flor de Udumbara possui tamanho similar aos ovos de crisopídeos e também fica assentada na extremidade de um pedúnculo delgado.

Flores de Udumbara crescendo sobre outra flor, fotografadas por meio de microscópio (Dr. Li/ Malásia)

O Sr. Li, um residente em Malaca, na Malásia, encontrou tanto as flores como os ovos de crisopídeo. A descoberta pode servir de prova de que o que as pessoas acreditam serem as flores de Udumbara não são ovos de crisopídeo.

Em 25 de junho de 2009, no caminho do Morro de São Paulo, em Malaca, Li e seus amigos notaram mais de 20 pequenas flores brancas, que à primeira vista pareciam as lendárias flores de Udumbara. As flores haviam crescido sobre as folhas de Pomelo (Citrus grandism), planta da família das Rutáceas, cujo fruto é conhecido no Brasil, especialmente no Sul, por laranja-romã, laranja vermelha ou toranja.

Devido às referidas semelhanças entre as flores de Udumbara e os ovos de crisopídeos, o Sr. Li trouxe as flores para a casa de um amigo para examiná-las sob um microscópio. Em fotos tiradas das imagens sob o microscópio, as pétalas e os estames das flores colhidas no Morro de São Paulo são claramente visíveis (veja foto, acima). As imagens fornecem provas sólidas de que o que eles descobriram eram de fato flores, e não ovos de insetos.

Uma semana depois, o Sr. Li voltou ao mesmo local e encontrou alguns grãos brancos, semelhantes aos que havia encontrado da última vez. Novamente, ele tirou fotos do achado usando um microscópio. Desta vez, contudo, não importando os vários ângulos dos quais as fotos foram tiradas, não se puderam encontrar quaisquer sinais de pétalas ou estames. Tudo o que era visível eram grãos elípticos, todos do mesmo tamanho, como ovos de crisopídeos.

Ao longo do tempo, o Sr. Li observou que as flores colhidas primeiro mantinham a sua coloração branca, sem manchas, enquanto os aparentes ovos de crisopídeos gradualmente se tornaram negros, sem alterar a sua forma elíptica.

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