‘O mundo inteiro descobriu as mentiras do PCC’, amigo de longa data de Xi critica PCC

Branstad disse que concordava com o presidente Donald Trump diante do fato de que o PCC deve ser responsável pela pandemia global

21/09/2020 22:30 Atualizado: 22/09/2020 07:36

Por Xu Jian

Na sexta-feira (18 de setembro), o embaixador dos EUA na China, Terry Branstad, aceitou a entrevista da CNN em Pequim, em um momento em que ele está prestes a deixar o cargo diante do aumento das tensões entre a China e os Estados Unidos.

Branstad criticou o PCC (Partido Comunista Chinês) por encobrir a epidemia e também incriminou o sistema interno do PCC acusando-o de fazer com que tanto as relações EUA-China quanto as do PCC com outros países do mundo aumentassem.

“O mundo inteiro descobriu as mentiras do PCC”

Branstad disse que concordava com o presidente Donald Trump diante do fato de que o PCC deve ser responsável pela pandemia global. “Eles poderiam ter contido (o vírus) em Wuhan no início do surto, mas no final eles causaram uma pandemia global”, expressou.

Ele também disse que foi o sistema do Partido Comunista que causou o surto da pandemia. “O sistema do governo chinês (PCC) a encobriu de tal forma que até puniu os médicos que alertaram no início da pandemia”.

A CNN relatou que Branstad insinuou que Xi Jinping pode ter usado seu relacionamento pessoal com Trump, fazendo com que o Trump acreditasse nas palavras após ele ter dito que o vírus estava contido.”(Trump) inicialmente estava disposto a acreditar nas alegações do PCC sobre o vírus, mas não tardiamente, ele, como o mundo inteiro, descobriu que as declarações do (PCC) eram falsas”.

Xi é um “líder poderoso”, mas infelizmente vive dentro de um “sistema comunista

Branstad e Xi Jinping se conheceram na década de 1980. Naquela época, Xi Jinping era uma autoridade local de nível relativamente baixo, mas os dois mantiveram uma amizade. A segunda vez quando os dois se encontraram, foi quando Xi visitou os Estados Unidos como vice-presidente em 2012.

Branstad ainda expressou em uma entrevista na sexta-feira que estava “honrado em ser o primeiro governador americano a receber Xi Jinping quando ele ainda era secretário da província Hebei (município de Zhengding)”.

Ele acredita que, como diplomata, você deve estabelecer relações pessoais com autoridades estrangeiras. “Acho que diplomacia é construir relações com as pessoas”. Branstad acrescentou: “O presidente Xi Jinping é um líder muito poderoso na China, mas (Ele) está imerso em um sistema autocrático comunista, e infelizmente, temos sistemas muito diferentes”.

“O sistema comunista é a causa da tragédia”

Ao analisar a epidemia, Branstad disse: “Na verdade, acho que foi o sistema comunista da China e sua relutância (oficiais do PCC) em admitir seus erros que fizeram com que a tudo isso acontecesse. Isso é uma tragédia.”

Branstad também disse que o abuso aos uigures pelo PCC, sua opressão a Hong Kong e atuação no Mar da China Meridional alienou a relação entre o PCC e o resto do mundo, até mesmo a Índia, que permanecia neutra, começou a confrontar o PCC. “Não apenas os americanos, mas o interesse das pessoas ao redor do mundo em cooperar e apoiar a China diminuiu muito”.

“Velhos amigos” testemunharam a destruição das relações EUA-China

Logo após Trump ter sido eleito, Branstad foi escolhido como embaixador na China por causa de suas notáveis ​​realizações em políticas públicas, comércio e agricultura, e seu “velho relacionamento” com Xi Jinping.

A nomeação de Branstad foi bem recebida por Pequim na época, e ele foi chamado de “o velho amigo do povo chinês”.

Mas ele logo testemunhou um dos períodos mais difíceis das relações sino-americanas da história atual. Desde sua nomeação, o governo Trump começou a guerra comercial com o PCC, impôs proibições a empresas de tecnologia chinesas, como a Huawei, e aumentou as restrições a acadêmicos militares e empresas de mídia do PCC. E agora, o governo Trump reivindicou a responsabilidade do PCC por homiziar o surto do vírus.

De acordo com a análise da CNN, Branstad mostrou a imposibilidade de usar seu relacionamento pessoal com Xi Jinping para aliviar as tensões entre as partes.

“Quarenta anos de amizade” também foram cortado pelo porta-voz do PCC

Em 9 de setembro, Branstad escreveu um artigo apontando que o PCC usa a Política de Portas Abertas dos EUA como vantagem. O artigo foi recusado pelo Diário do Povo que não o publicou. Em 16 de setembro, Branstad escreveu outro artigo, mas resultou em não conseguir subir às mídias sociais.

“Obviamente, o povo chinês quer ouvir a voz do Branstad, embaixador dos EUA na China. Ele é um velho amigo do povo chinês e tem amizade (com o povo chinês) há mais de 40 anos. Tentamos postar novamente em 16 de setembro, no entanto, Sina Weibo e WeChat até bloquearam o upload dos artigos, intensificando a supressão do direito de expressão dos funcionários americanos na China”, disse a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Morgan Ortagus.

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